Coluna da Maga
Magali Moraes escreve sobre o quanto a tecnologia nos afasta ou aproxima dos amigos

Tem uma historinha que circula por aí imaginando como seria se a gente se comportasse na vida real como faz nas redes sociais. Que mico sair na rua contando pra qualquer um o que você está sentindo. Mostrar pra estranhos as fotos dos filhos, das férias, do cachorro, do prato que comeu. A cada minuto concordar com o dedão pra cima, ouvir a conversa dos outros e xingar quem não pensa igual a você. Essa situação imaginária terminaria com quatro novos amigos: dois policiais, um investigador e um psiquiatra atrás de você.
O comportamento digital parece coisa de maluco? Às vezes. Mas a tecnologia ajuda, sim, a criar vínculos verdadeiros e especiais. Esses dias uma amigona do Facebook, que nem mora mais aqui, apareceu na minha frente pela primeira vez na vida. Nossos filhos estudaram juntos e são amigos. A gente se conhecia de nome. Temos amigas em comum e não havia jeito de acontecer esse encontro pessoalmente. Nosso lema era "nunca te vi, sempre te amei". Entendeu a conexão?
Curtir mil vezes
Lá estava eu, num domingo de manhã, no supermercado. De repente, quem passa por mim? O marido dessa amiga, que eu também só conhecia pelo Facebook. É como se o avatar dele se materializasse em carne, osso, cabelo branco e óculos pretos. Bati o olho e pensei: "Será o Mario?! Comprando paçoquinha?! Hummm, em Floripa não deve ter." (nesse momento, caiu a ficha) "Ai meu coração, a Adri tá aqui!!" Nisso, ele sumiu de vista.
Adivinha o que eu fiz? Saí catando os dois pelos corredores. Enquanto o Ricardo dava risada, vi de longe o Mario e a Adri indo embora. Fui correndo e os alcancei na porta. Bem louca, sabe assim? Que cena mais linda a gente finalmente se abraçando!! Que vontade de curtir mil vezes!! Devo essa amizade ao Facebook, que nos apresentou e nos aproximou. Adri, depois eu descobri que o guarda-chuva do teu filho tá lá em casa. Olha que bela desculpa pra gente se abraçar de novo!