Coluna da Maga
Magali Moraes faz uma pequena reflexão sobre filhos grandes e a importância do convívio
Quando os filhos são pequenos, a gente se envolve em tudo o tempo inteiro. Conhece eles do avesso. Sabe os nomes dos amigos e seus pais. Pergunta o que aconteceu no colégio. Acompanha a rotina. Conhece as vontades, os medos, as manhas. Eles se sentem amados e protegidos com nossa presença. E a gente se sente fundamental na relação. Nosso papel é claro: eles são dependentes, contam conosco. Precisamos educar, dar o exemplo, mostrar o certo e o errado.
Depois que os pequenos crescem, o cenário muda. Filhos criados pro mundo. Bora lá se virar sozinho. O desapego é um exercício diário. Cabe a nós ficar a postos, como extintores de incêndio na parede, esperando pra sermos usados em caso de emergência. Ou não é bem assim? Agora quem nos diz o que é certo e o que é errado? Alguém passa uma régua na vida e risca um traço separando o momento onde não podemos mais estar tão por perto? Seguir participando é uma falha técnica ou uma escolha? A autonomia deles não pode conviver com a gente?
Melhor parte
Só consigo falar daquilo que eu sinto, faço e acredito. Pra mim, a importância de conviver com os filhos crescidos é igualzinha. Não tem limite de idade. Participar, mais do que nunca, é realmente se interessar pelo mundo deles. Com sorte, gostar das mesmas músicas. Seguir perguntando como foi o dia e conhecer os amigos. Abusar da intuição pra ajudar a tempo. Achar novos pretextos pra conviver. Os anos voam, e ainda não inventaram um detector de saudades futuras.
No último domingo, comprovei minha teoria de que não dá pra desperdiçar oportunidades de convívio. Era pra ser mais um campeonato de basquete. Era pra ser uma bobagem ir junto. Era pra ser uma roubada acordar às 4:30 da manhã pra viajar. Nem te conto como foi bacana e divertido! A melhor parte? Colocar a medalha num guri todo suado. Peraí… foram as fotos que tiramos. Não! O melhor de tudo foi ele nos agradecer por termos ido.