Coluna da Maga
Magali Moraes escreve sobre uma paixão: tirar muitas fotos
Quando meus filhos eram pequenos, uma vez ouvi a seguinte pergunta: "por que tu tira tantas fotos da gente, mãe?" Evitei a resposta óbvia (porque vocês são lindos!!) Expliquei que era tão fácil, mas nem sempre foi assim. Antigamente precisava mandar revelar e buscar as fotos pra só então descobrir se alguém saiu de olhos fechados, se a imagem estava desfocada ou tremida. Além do mais, era caro. Não havia essa fartura de clicks. Minha resposta foi típica de quem viveu o antes e depois das câmeras digitais. Sabe deslumbrada? Pra uma criança que já nasceu tecnológica, o que eu falei não fez o menor sentido.
Meus filhos cresceram e hoje sabem que a mãe deles está cada vez pior. Sou praticamente uma paparazzi, e eles são as celebridades. Vivo mendigando mais uma fotinho. A câmera do celular é minha cúmplice. A vida não para pra gente acertar o enquadramento. Aliás, o tempo nos engole. Vou na cozinha pegar um copo de água e, na volta, os guris cresceram mais 5 anos!! Como confiar só na memória? Meu coração é que nem a Revista Caras. Quer até banalidades cotidianas registradas pra posteridade.
Ninguém me segura
Enquanto eles fogem do meu zoom, eu aponto a câmera pra outros interesses. Se fotografo até embalagem de xampu pra comprar depois, imagina o estrago que faço em viagens. Aí ninguém me segura! Pode ser uma frase num muro, uma placa na rua, uma casa simpática, o céu, um detalhe qualquer. Se chamou a minha atenção, já era! Com um bom celular e aplicativos que melhoram as fotos, está feito o vício.
Apesar dessas modernidades digitais, ainda fico hipnotizada ao encontrar um velho álbum. Especialmente os de família. Uma caixa cheia de fotos antigas também me fascina. Tomara que no futuro meus filhos consigam acessar os arquivos certos pra viajar no tempo com as fotos que contam nossa história de vida. Até lá, eu sigo abastecendo todas as memórias possíveis.