Coluna da Maga
Magali Moraes escreve sobre os esquentadinhos

Conhece esse tipo de pessoa? É gente boa, mas de pavio curto. Parece uma bomba-relógio, sempre prestes a explodir. E como explode fácil! Muitas vezes o esquentadinho (ou esquentadinha) está com a razão, mas erra na forma de se comunicar com os outros. Erra feio, aliás. Grita em vez de falar. Bate na mesa. O sangue sobe. O coração dispara. Os olhos cegam. A saliva espuma de raiva. E a cabeça nem pensa direito. Como argumentar com alguém que não te ouve?
Posso falar uma coisa? Não é legal ser assim. Conviver com um esquentadinho é cansativo. Como gosta de plateia! Dá vergonha alheia. Melhor sair de fininho e fingir que nunca viu. Quando o esquentadinho te telefona, é aquele atende-não-atende. Se toca a campainha, a gente congela. Lá vem incomodação! Tudo pode virar gasolina e ser motivo de explosão. O que seria apenas uma faísca inofensiva facilmente se transforma num incêndio difícil de controlar. Sabe a leveza que eu tanto falo aqui? O esquentadinho desconhece. Prefere ser pesado e carregar sua nuvem preta por aí.
Aviso pendurado no pescoço
Ainda bem que existem as pessoas calmas. Aquelas que pagam pra não se incomodar. Que desarmam com um sorriso. Que sabem que a vida passa rápido. Que não perdem tempo brigando e se estressando porque isso não resolve nada. Só envelhece. O grande problema do esquentadinho é que ele jura que não é tão esquentado. A culpa é sempre do outro e todas aquelas desculpas furadas. Pessoas assim deveriam andar com um aviso pendurado no pescoço, pra gente evitar.
Os esquentadinhos no trânsito são um perigo (fuja deles). Ter vizinho esquentadinho é colocar a própria paz em perigo constante (mude-se). Estar num relacionamento sério com um esquentadinho é perigosíssimo. O amor acaba junto com a paciência (acabe antes). Agora o mais perigoso de tudo são as pessoas calmas. Quando elas finalmente explodem, sai de baixo (chame os bombeiros).