Coluna da Maga
Magali Moraes fala sobre uma combinação necessária: carnaval e respeito
De tanto ver fotos de amigos curtindo blocos de rua e se preparando pra desfilar na avenida, passei a simpatizar um pouco mais com o carnaval. Por respeito à alegria deles, sabe assim? Por mais que eu só queira descansar no feriadão, acho legal esse clima animado e bem disposto.
Pena que, depois de tantos avanços da humanidade, a gente ainda escute relatos que acabam com a brincadeira. Um pessoal que se anima além da conta, passa dos limites e sai incomodando geral. Qual é a graça de estragar o carnaval de alguém sendo inconveniente e forçando a barra? Esse alguém, como dá pra imaginar, são as mulheres. E nem precisa ser feminista pra cobrar atitudes civilizadas. Até porque todo mundo tem uma irmã, filha, prima, sobrinha ou amiga e pode se imaginar no lugar dela.
No tempo das cavernas
A justificativa masculina é sempre a mesma: a mulher deu abertura. Que desculpa furada!! Roupa curta, copo na mão, risada alta? Nada disso é um convite pra passar a mão, beijar na marra, assediar, agredir. É um problema cultural, dizem. Então que cada um de nós se sinta parte dessa cultura horrorosa e ajude a mudar. Escrever essa coluna é uma sincera tentativa. Por sorte, as mulheres não toleram mais esse tipo de comportamento (nunca toleraram, mas agora têm mais voz). Claro que não são todos os homens agindo como se vivessem no tempo das cavernas. E muitos também se incomodam ao defenderem amigas e namoradas.
São só quatro dias! Vamos curtir o lado bom da festa antes que chegue a quarta de cinzas! Carnaval combina, sim, com respeito. Se respeito fosse uma fantasia, seria em tamanho único e bem confortável, pra servir em todo mundo. Respeitar quem gosta ou não de carnaval. Respeitar homens que se vestem de mulher e mulheres que vestem o que elas quiserem. Respeitar é saber entender a palavra não. Respeito é como confete, tem que ter. E dá pra se divertir igual. Bom carnaval pra você!