Coluna da Maga
Magali Moraes sobre o último ano de escola do filho: "terceirão é intenso do começo ao fim"
Alguns colégios recomeçam essa semana, outros só depois do Carnaval. Lá em casa, a função iniciou hoje. Lembra da coluna que escrevi em dezembro, toda emocionada após fazer a última matrícula do meu filho? Agora é que veremos se a palavra certa pra definir esse ano é emoção. Algo me diz que turbilhão vai combinar melhor.
O último ano, também conhecido como terceirão, é intenso do começo ao fim. O colégio faz alertas, a gente abre o olho. Tudo é motivo pra gurizada exercitar o superlativo: festão, dormidão, resenhão. Se bobear, estudar é no diminutivo. Como se concentrar com tantos concentras? Como focar no vestibular, se o WhatsApp não para e os hormônios idem Material escolar novo é o de menos. A muito custo, eles lembram de levar uma caneta e um caderno.
Do mangolão pro vestibulando
Haja pulso firme. Se ao longo da vida escolar a turma de pais também criou vínculos, é mais fácil sobreviver ao terceirão. E a gente já passou por isso. Era tão legal assinar o uniforme um do outro, ameaçar guerras de bexiguinhas. A diferença é que tudo acontecia na finaleira, após ralar muito. O terceirão inverte a lógica e quer que todo dia seja como se fosse o último. Mais perigoso que levar ovo e farinha é o álcool. Ele entra na roda cada vez mais cedo. Os excessos do terceirão podem ser apenas o reflexo do que já acontecia e ninguém via.
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Se a gente estiver por perto e seguro da educação que deu aos filhos, vai curtir junto esse tempo que deixa saudade. Limites não impedem a alegria. O terceirão é o ritual de passagem do mangolão pro vestibulando. É como o terceiro nó que se dá no cadarço do tênis pra garantir que não solta. É o pingo a mais de cola Super Bonder pra ter certeza que grudou pra sempre. É o único trabalho em grupo onde todos fazem a sua parte. É como uma prova do BBB (ir de roupa vermelha, de branco, de pijama, de peruca), onde eles não querem sair da casa. Mas vão.