Coluna da Maga
Magali Moraes escreve sobre cactos e orquídeas
Eu tinha um cacto de estimação que era tão bonito e verdinho! Pense numa planta quase batendo no teto. Acompanhei orgulhosa esse crescimento. Nem parecia o cacto mirradinho que um dia saiu da floricultura pra morar com a gente. Eu não ligava quando os espinhos machucavam. Sua presença dava um toque selvagem na decoração. Ah se esse cacto falasse! Quantos filmes ele assistiu junto, quantas conversas escutou.
Tudo indica que é mais fácil sobreviver no deserto do que lá em casa. Semana passada, ele não aguentou o tranco e morreu. Precisou ser esquartejado pra caber no lixo. Preferi não ver essa tristeza. Guardei a imagem dele poderoso no canto da sala. Quando voltei à noite, restou a terra remexida no vaso. Meu cacto morreu por excesso de zelo, acredita? Disseram que molhei demais. Agora eu pergunto: como matar a sede de todas as plantas e negar água justo pro queridão?
Experiência zero
Desconfio que faltou sol porque ele nem cabia mais perto da janela. Talvez tenha faltado espaço no vaso. Só não faltou amor, eu garanto. Serei uma péssima mãe de cactos? Estarei sufocando também os humanos da casa? Se afogo uma planta por cuidar demais, imagine o que faço com os filhos. Melhor nem pensar, cada um sabe o tamanho da sua sede. Esqueci de dizer que sobrou outro cacto na família. Ele quase teve o mesmo fim, com sintomas iguais aos do falecido. Depois de uma amputação da parte ruim, o cactozinho passa bem.
Não é fácil cuidar de plantas. Mas a prova de fogo vou contar agora. Ganhei uma orquídea linda e tenho experiência zero no setor. É uma questão de honra cuidar direitinho dela. Serei uma assassina em potencial de orquídeas? Fui pesquisar na internet e sabe o que aconteceu? Fiquei nervosa. Li que é bom mudar o vaso de plástico pra um de barro. Detalhe: não se pode perturbar uma orquídea florindo. Perturbada fiquei eu!! Se você entende do assunto e tem dicas, conta pra mim!