Que bacana seria se a gente tivesse o hábito de dividir uns com os outros tudo aquilo que sabe. Um dia você ensina algo legal pra alguém. Amanhã é você quem aprende. E, nessa troca, todo mundo fica mais sabichão. De um lado, boa vontade pra passar adiante o conhecimento. Do outro, interesse em ouvir, perguntar, descobrir. Entenda por conhecimento qualquer coisa que você faz direitinho e pode ajudar alguém a ficar bom nisso. Seja um cálculo de matemática ou uma receita deliciosa.

Infelizmente, não é assim que funciona. Tem pessoas que não dividem nem uma fatia de pudim, imagine dar de mão beijada uma dica boa. Ou fazem cursos e guardam tudo só pra si. Aprendizados precisam circular e voar por aí. De tudo que é possível transmitir a alguém, o mais gratificante é dividir a experiência acumulada ao longo da vida. Aquilo que fazemos de olhos fechados, com confiança, no automático. Se você dirige há séculos, já pensou ensinar alguém que nem sabe ligar o carro? Ou trocar pneu, costurar, consertar, cantar, andar de bicicleta. Atalhos são bem-vindos.

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Perguntas difíceis

Essa noite, eu volto na faculdade onde me formei há muito tempo pra conversar com os alunos sobre o que aprendi de lá pra cá. Assunto tem de sobra. Tomara que eu consiga segurar a atenção deles e contar de um jeito interessante uma parte que seja desse aprendizado. Os celulares podem tocar, o sono pode chegar, a minha voz pode sumir. Perguntas difíceis talvez fiquem sem resposta.

Todo mundo tem algo a ensinar, vai por mim. No trabalho, em casa, no grupo de amigos. Às vezes uma criança dá uma lição nos adultos e faz pensar. Ajuda bastante ter curiosidade e querer aprender sempre mais, não importa a idade (aliás, aprender é se manter jovem). Tem uma expressão que resume tudo: ser colaborativo. Colaborar é se colocar no lugar do outro, é dividir pra somar. E você? Já ensinou alguma coisa pra alguém hoje?