O que a gente leva em uma mudança? Muitas caixas. E lembranças que ficam pra sempre. Essa é a última segunda-feira que eu chego de manhã na garagem do prédio onde trabalho e sou recebida por alguém de braços abertos dizendo "Bom diaaa, sorrisooo!!!". Em quatro anos e meio, nem sei dizer quantas vezes o Cleomar me fez sorrir, contagiada por sua simpatia. E se não era esse bom dia animado, capaz de espantar o sono e as preocupações, ele fazia questão de dar uma buzinadinha de dentro do carro que estava manobrando. Eu já abria um sorriso.

Esqueci de contar que o Cleomar lê o DG. Eu chego e lá está ele com o jornal na mão. Isso também me faz sorrir. Escrever essa coluna foi o jeito que encontrei de agradecer por ele ter me ajudado a começar bem tantos dias. Aliás, quero agradecer ao Antônio e a Paula, que fazem parte dessa turma que vale a pena encontrar de manhã cedo. Meus salvadores da pátria sempre que o crachá decide não funcionar.

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Clonar o Cleomar

Impressionante como existem pessoas que passam pelas nossas vidas e não deixam nada. Passam reto, sabe assim? Evaporam da memória. Ainda bem que tem gente que faz o contrário: espalha alto astral sem que ninguém peça, muda o dia pra melhor, motiva. Vontade de clonar o Cleomar e espalhar uma cópia dele em cada esquina. Quantas carrancas iriam se transformar em sorrisos! As testas franzidas alisando, os problemas perdendo a importância, os dentes reaparecendo.

Acho que o Cleomar não faz milagre sozinho. Do outro lado, tem que haver alguém disposto a se deixar contagiar. Nossas atitudes funcionam como um espelho para os outros. Inspirada nesse cara especial, eu também distribuo bons dias empolgados e faço a minha parte. O décimo primeiro andar vai mudar de mala e cuia, e eu já encaixotei as lembranças do Cleomar. Vão comigo pra nova sede. Um baita astral me espera. Mas eu vou sentir falta do "Bom diaaa, sorrisooo!!!"