Homens, por favor, leiam até o fim essa coluna! Talvez muita coisa seja esclarecida sobre a alma feminina (e isso pode salvar a pele de vocês algum dia). Precisamos falar sobre mulheres que vivem um relacionamento sério com uma bolsa. Sou uma delas, e não consigo largar a minha. Me apeguei de um jeito que nem Freud explica. Há meses eu uso todo santo dia a mesma bolsa. Ela encaixou no meu braço. Grudou na pele. Me acompanha tanto que virou confidente.

Pra sentir esse amor por uma bolsa, não pense que ela tem que ser cara e importada. A mulher tem que confiar nessa bolsa. Sua vida deve caber inteirinha lá dentro. É por isso que as melhores bolsas são as que já estão surradas e maltratadas. Mas seguem firmes. São largadas sem culpa no chão e nem reclamam. Viajam junto com a gente e tratamos como mala. São o nosso cofre cheio de bilhetinhos importantes, clipes úteis, notas fiscais, caneta sem tampa, lanche, chaves, celular, óculos, fones de ouvido e algum dinheiro.

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Será que cabe tudo?

A última vez que mudei de bolsa, não deu certo. A troca durou uma manhã. Tentei botar o Rio Grande do Sul dentro de Porto Alegre e adivinha? Não coube. Descobri que não consigo mais passar o dia longe da nécessaire que carrego junto. Como sair de casa levando só um batom se pode fazer falta a escova de dentes, pasta, fio dental, pó compacto, corretivo, lápis de olho, rímel, pinça, lixa de unha, creme pra mão, silicone pro cabelo. E nem falei dos remédios.

Trocar de bolsa é como mudar de supermercado: a gente se perde, não acha o lugar de nada. Acontece de bater o olho na bolsa de uma amiga (ou de uma vitrine) e suspirar fundo. "Que cor linda! Que tamanho bom! Quero uma igual!", pensamos alto. Mas será que cabe tudo? Ela vai nos fazer tão feliz? Aí olhamos pra nossa bolsa velha de guerra. Parece que o fecho abre um sorriso. Nem precisa! Sabemos que está tudo lindo lá dentro. Né, gurias?