Coluna da Maga
Magali Moraes faz um alerta sobre o jogo da Baleia Azul
Como se já não bastasse tanta violência por aí, surgiu uma nova preocupação. E nossos filhos nem precisam estar nas ruas pra correr perigo. Acontece dentro de casa, no quarto deles, no celular, na troca de mensagens privadas. É o jogo suicida da Baleia Azul. Atenção, atenção! Uma criança ou adolescente muito próximo de você pode estar agora mesmo jogando essa porcaria. Coincidência ou não, a série mais assistida no momento ("13 Reasons Why" da Netflix) é sobre o suicídio de uma jovem.
No jogo da Baleia Azul, o participante deve fazer 50 desafios enviados por um mentor num grupo secreto no WhatsApp ou Facebook. Tudo acontece na madrugada. Desenhar baleia no papel e depois no braço com gilete. Passar a noite ouvindo músicas tristes e vendo filmes de terror. Se cortar mais e mais. Ingerir diversos remédios. Arranjar briga. Subir em telhado. E sempre mandando foto pra provar que fez. O último desafio é se matar. Quem desiste no meio tem a família ameaçada.
Jovens fragilizados
Mas por que alguém entraria nessa roubada? Por curiosidade. Porque na adolescência eles se acham invencíveis. Ou porque há uma forte razão: abandono, carência, maus tratos, solidão, bullying, depressão (doença gravíssima e tão comum hoje em dia). Li o relato de um jornalista que conseguiu entrar num desses grupos e foi surpreendido por "anjos da guarda". Pessoas que fingem participar só pra ajudar jovens fragilizados a escapar (tomara).
A Secretaria de Saúde de Porto Alegre e vários colégios emitiram notas de alerta. Emergências de hospitais estão atendendo adolescentes envolvidos nesse jogo. É notícia que alguns conseguiram se matar. E quais são as orientações? O que já estamos cansados de saber: os pais precisam estar próximos dos filhos. Conversar abertamente. Proteger e dar atenção constante. Observar comportamentos estranhos. Vencer barreiras e silêncios. Com ou sem baleia azul. Com amor de sobra.