Estrelas da Periferia
Conheça o trabalho de MC D$, que começou sua trajetória música na Renascer da Esperança
Jovem fez aulas de percussão e coral na entidade da Restinga. Ele foi um dos personagens da reportagem Filhos de Rozeli, publicada pelo Diário Gaúcho em 2014
Aos 25 anos, Douglas Luis Abreu dos Santos, morador da Restinga, na Zona Sul da Capital, é um dos vencedores de uma imagem eternizada na capa do Diário Gaúcho em 3 de outubro de 2000: a primeira foto publicada da Renascer da Esperança, entidade assistencial do bairro que completou 20 anos em 2016 e que possui uma história intimamente ligada com a trajetória do Diário.
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Nela, 13 crianças estão abraçadas à idealizadora do projeto, Rozeli da Silva. Um deles é Douglas, hoje MC D$, que, entre os sete e os 17 anos, participava de oficinas de percussão e de coral na entidade. Muitos daquela imagem acabaram morrendo ou nem foram localizados pela reportagem. Bem diferente da história de D$ que, além da música, também trabalha em uma revenda de automóveis.
– Tudo que aprendi, musicalmente falando, foi na Renascer. Ali, me apaixonei pela música – relembra ele, que segue morando no bairro.
Tempo necessário
Empolgado, D$ acabou participando de grupos de pagode, sua paixão na época. Porém, o nascimento dos filhos fez com que se afastasse da carreira – ele é pai de Sophia, (um ano), Arthur (três), Brayann (quatro) e das gêmeas Raphaela e Manoela (seis).
– Ficou difícil conciliar a música e criar todos eles (risos). Dei um tempo – confessa.
Porém, a sua relação com Rozeli e com a Renascer fez com que a sua vida musical desse mais uma virada. Em 2016, o Diário foi verificar onde estavam alguns personagens da histórica capa. E achou Douglas. A reportagem foi publicada no dia 6 de maio.
Relembre a reportagem especial Filhos de Rozeli
– Depois que a matéria saiu, algumas pessoas vieram me procurar ao saberem que eu tinha muitas músicas compostas. Eu sempre pensei em compor e vender minhas canções para outros artistas. Mas alguns caras do meio me disseram para investir em mim, cantar – relembra.
Estimulado, resolveu entrar no mundo do funk, mas com uma proposta diferente: fazer um som do bem, que ele e seus filhos pudessem ouvir juntos. Dali, surgiram faixas como Conquista.
– Não tenho problema em colocar um pouco de ostentação nas minhas músicas, por exemplo. Mas é diferente: o objetivo é mostrar de onde vim, o que conquistei e me orgulhar disso – diz o funkeiro, que completa:
– Quando eu conseguir viver só de música, que é meu sonho, quero mostrar aos meus filhos de onde saiu o dinheiro. Quero que eles tenham orgulho de mim.
Pitaco de Quem Entende
MC Jean Paul fala sobre o som de MC D$:
– Vida de Rico é, na minha opinião, a essência do que deve ser o funk ostentação. A letra fala das conquistas materiais, mas deixa a mensagem “eu consegui, você também pode”. Pelo caminho certo. Como no caso do MC, venceu na vida através do papel e da caneta. Música boa, parabéns!
Aqui, quem manda é você:
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/// Em diariogaucho.com.br/retratos da fama, confira a performance do funkeiro em vídeos.