Coluna da Maga
Magali Moraes: depois da chuva, que o sol nos ilumine
Depois de tantos dias tristonhos e encharcados aqui no Estado, a chuva deu uma trégua. Será mesmo? Essa coluna foi escrita em um sábado de sol (com previsão de chuva de domingo a quinta). Tomara que errem. Nosso humor é influenciado pelo clima. Quando o céu volta a ficar azul, os ânimos melhoram. A gente esconde o guarda-chuva e as galochas, esquece a umidade, pendura as roupas na rua, abre as janelas, para de falar que já estava virando sapo, agradece a São Pedro e segue a vida.
Mas e as casas que alagaram, as pessoas que perderam tudo? De onde vão tirar dinheiro e coragem pra repor os móveis e a dignidade? Quanto tempo uma família leva pra se recuperar de uma calamidade? Se essa chuva continuar conforme o previsto, como ficam as paredes que mal secaram e o lodo que acabou de ser removido? Se uma goteira dentro de casa já incomoda, imagina o pavor de ver a água entrando sem ser convidada.
Solidariedade
Nessas horas, a empatia é tão importante quanto os raios de sol. Só quem se coloca no lugar dos outros consegue oferecer algum tipo de ajuda. Porque não adianta lamentar as notícias do jornal, enquanto a nossa sala permanece sequinha. A gente precisa botar o discurso em prática. Tem uma palavra que faz acontecer: solidariedade. No fíndi eu separei roupas, sapatos e levei pra doar. Garanto que na tua casa tem algo sobrando que pode servir feito uma luva pra alguém. Desapega e passa adiante, vai.
E nem precisa ter alagado tudo por aí pra gente se conscientizar. Daqui a pouco é inverno. O frio sabe ser cruel. Assim como a água, ele também entra por qualquer frestinha e faz estragos. Principalmente na saúde. Não dá pra deixar que o nosso coração congele. Antes que a chuvarada se junte ao frio, temos que ajudar. Vou encher mais sacolas de roupas pra doação. Vem comigo deixar esse inverno mais quentinho. Que o mesmo sol que seca a chuva nos ilumine pra sermos mais humanos.