Tem gente que não consegue chorar de jeito nenhum. Até nas situações mais tristes, onde todo mundo chora cachoeiras e oceanos, a pessoa não derrama uma lagriminha. E existe o oposto: quem termina uma caixa de lencinhos de papel assistindo aos comerciais de TV. Chorar no cinema é um clássico e faz valer cada centavo do ingresso. Esses dias ouvi um relato e me identifiquei na hora. "Chorei vendo a Mulher Maravilha! E quando virei pro lado, minha amiga estava chorando também." Podia ser eu ali.

Qual foi a última vez que você chorou? Se demorou um pouquinho pra lembrar, talvez você faça parte do grupo que fecha o registro e abre apenas em casos raros. Chorar é bom, sabia? Nos faz colocar pra fora as emoções. Junto com o choro saem sentimentos guardados, preocupações, mágoas, medos, inseguranças e angústias. Depois que o nariz entope e os olhos incham, que alívio! Dá uma leveza! Você vai se sentir melhor. Só não é recomendável se olhar no espelho, tá?

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Cristal japonês

Meu choro vem fácil e intenso. Às vezes, incontrolável. Já chorei escrevendo muitas colunas. E na frente da TV, no cinema, no chuveiro, dirigindo, em comemorações, partidas e chegadas. Eu choro por tristezas, saudades, alegrias recentes, superações e conquistas. Mas o melhor dos choros é o de alegria. Te confesso que me orgulho dessa capacidade de produzir litros de lágrimas instantaneamente. Eu poderia ser atriz da Globo e chorar assim que o diretor gritasse "Gravando!!". Sem recorrer ao cristal japonês, que muitas usam. Pra parar, bom, aí é outra conversa.

Ainda tem gente que acha coisa de mulher chorar. Pois não deveria ser privilégio nosso. Nunca esteve tão em alta homens sensíveis e emotivos. Demonstrar as emoções é sinal de força. É autoconhecimento. E é uma boa maneira de não ficar doente, juntando dentro do coração lixo emocional. Chorar faz bem pra alma. Da próxima vez que você sentir vontade, deixa rolar.