Noveleiros
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"O Outro Lado do Paraíso" estreou esta semana com o desafio de manter o sucesso de sua antecessora, "A Força do Querer"
Mais de uma semana se passou e, confesso, ainda estou me sentindo "órfã" de A Força do Querer. A trama de Gloria Perez deixou muita saudade, por isso a nova trama tem responsabilidade em dobro logo no início.
O Outro Lado do Paraíso já começou mostrando que não é uma novela como as outras. Em clima de filme, com os créditos passando em meio à bela paisagem do Jalapão, no Tocantins, o primeiro capítulo não teve abertura, como estamos acostumados a assistir. Foi um clima cinematográfico e gigante, com a câmera passeando pelo cenário sem pressa, ambientando bem o telespectador a um local nunca antes retratado no horário nobre.
Primeiras impressões
A primeira semana deixou bem claro que quem manda na novela são os veteranos. A arrebatadora atuação de Fernanda Montenegro é de deixar o público grudado diante da telinha. A grande vilã da história, Sophia (Marieta Severo), exibiu logo no início que passa como um trator por cima de qualquer um, inclusive dos filhos. E que prazer ter Lima Duarte de volta no horário nobre. A sabedoria de quem construiu a história da TV, desde a primeira exibição, lá em 1950, faz toda a diferença.
A novela mal começou e já sabemos quem odiar com todas as forças. Gael (Sérgio Guizé) é machista, arrogante, violento e abusivo. Só quem não percebeu isso foi a ingênua Clara (Bianca Bin), mesmo com todas as pistas que ele deu no início da relação. Ao invés de fugir de um tipo detestável como esse, a mocinha se casou com ele. E isso vai lhe custar muito caro. Guizé é um bom ator, mas ainda não deixou pra trás Candinho, o caipira de Êta Mundo Bom!. As caras e bocas, o sotaque e o modo de falar são idênticos ao personagem anterior. Ainda falta muito para ele achar o tom do playboy canalha da nova trama.