Coluna da Maga
Magali Moraes e as diferenças de morar cercada de homens ou mulheres
A coluna de hoje reflete a realidade de uma mulher que divide a casa com três homens. Mas aposto que vai ser compreendida por quem está na situação inversa: o paizão que mora com as filhas e a esposa (talvez até a mãe e a sogra). Nossa situação é a mesma. Somos minoria dentro de casa. Nem sempre é fácil conviver com o excesso de cuecas ou de calcinhas. Alguma logística precisa ser estabelecida. E quanto mais próxima for a idade dessa maioria que nos cerca, maior a confusão.
Gurias que vivem no território da testosterona, confessem. Vocês são como eu e nunca sabem quem é o dono de cada cueca? Tem sempre cueca guardada na gaveta errada? O que fazer quando eles compram cuecas iguais? Todas listradas? E as meias brancas, uma xerox da outra? Eu já desisti. Bons tempos em que era possível pegar uma caneta pra tecido e escrever por dentro o nome do anjinho. O jeito é fazer a ronda e perguntar: isso te pertence?
Cor preta
Que curiosidade de saber como funciona esse mundo invertido! Por mais que eu tenha muitas primas e sobrinhas, morar junto é outro papo. A intuição fala mais alto numa casa cheia de mulheres? Tem código secreto pra diferenciar a lingerie de cada uma, sem constranger namorados e afins? E se todas só gostarem da cor preta? Alô, fabricantes de roupas íntimas! Lembrem dessa questão na hora de criar novas cores e estampas. A internet das coisas pode ajudar. Inventem tecidos que conversam com a gente e respondem com clareza de quem é cada peça.
Existem vantagens de ser minoria em casa. Em dia de festa, posso reinar no banheiro e me arrumar com toda calma. Isso significa que sou sempre a última a ficar pronta. Numa casa cheia de mulheres, haja espelho, chapinha e bancada pra espalhar as maquiagens. O que eu adoro nesse meu mundinho masculino? A objetividade deles. Não tem drama, tudo é simples de resolver. E o contrário, como é? Tenso e emotivo? Agora é a tua vez de contar.