Coluna da Maga
Magali Moraes fala sobre o #textão nas redes sociais
Calma que no espaço dessa coluna nem cabe textão. Ele aparece seguido no Facebook. Até no Instagram, que é uma rede supervisual, existe esse fenômeno. Só lê quem quer. E antes já te avisam que a leitura vai ser longa. O textão quase sempre é um desabafo ou uma reclamação. Mas também pode ser uma homenagem linda a alguém. Essas me pegam direitinho. Eu leio todas. Especialmente se a pessoa que escreveu não faz isso com frequência.
É a prova de que, quando bate forte a emoção, qualquer um consegue se expressar através da escrita. Desde que tente. Muita gente coloca na cabeça que não sabe escrever. Aquilo se torna uma verdade absoluta. E cada vez mais as palavras vão ficando trancadas dentro de si. Escrever é terapia. É oxigênio. É organizar em frases os sentimentos que estão desordenados na cabeça. Se for uma declaração de amor, um relato de superação, uma conquista pessoal, com certeza isso inspira outras pessoas.
Amparo
De todos os textões do Facebook, as despedidas são as que mais me comovem. É num momento de grande perda que a emoção vem com tudo. Eu choro junto. Mas por que alguém vai se expor numa rede social? Pra aliviar o coração. Pra ser amparado pelos amigos. Pra não se sentir sozinho. Porque as pessoas são mais fortes quando se unem. Por mais bobagens que a gente encontre nas redes sociais, existe muita solidariedade. E ninguém está livre de precisar de um colinho virtual. Um dia a gente consola. No outro, é consolado.
Um textão merece sua atenção quando você tem disposição pra se colocar no lugar de quem escreveu. As homenagens póstumas são relatos de vida em que a gratidão é uma forma de suportar a saudade. Claro que o melhor é textão ao vivo, olho no olho, com direito a abraço apertado e ombro amigo. O mesmo vale pras homenagens de amor. Mas, nessa vida corrida, as redes sociais quebram o galho e nos aproximam do jeito que dá. Com vírgula errada ou não, vida longa ao textão.