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Estrelas da Periferia

Conheça a Chimatchê, que decidiu investir nas tradições gaúchas

Grupo de Eldorado do Sul reúne ex-integrantes de banda de baile, e aposta no nativismo como diferencial

06/03/2018 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Robinson Estrásulas / Agencia RBS

Para unir e fortalecer a experiência de músicos que já haviam integrado bandas conhecidas de baile do Rio Grande do Sul, como Tempo Guri, Tomazzoni e Rainha Musical, amigos de Eldorado do Sul resolveram, há oito anos, fundar o grupo Chimatchê. Porém, o começo dessa história, um ano antes, teve inspiração em um dos grandes nomes da música sertaneja do país: Michel Teló. 

Em 2009, ao ouvir, pela primeira vez, o hit Ai, Se Eu te Pego, de Teló, Tiago Souza teve a ideia de lançar uma espécie de paródia em um espetáculo de stand-up que ele fazia.

— Eu trabalhava com comédia e, de brincadeira, gravei Ai, Se Eu te Agarro. Rapaz, de um dia pro outro, 2, 3 mil pessoas já tinham acessado o vídeo e gostado! Fui criando outras propostas e  amadurecendo a ideia de formar uma banda nossa, já que, nessa época, eu ainda estava em outro grupo — lembra o músico, hoje vocalista da Chimatchê. 

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 Identidade

Quando decidiram juntar os instrumentos, em 2010, o batismo aconteceu depois da ideia de um dos amigos da banda. Marcelo do Tchê sugeriu que o nome deveria ter duas coisas típicas do gaúcho: chimarrão e o "tchê", uma das expressões mais características do Rio Grande do Sul. 

Na época, a grande quantidade de grupos de maxixe e de baile fez, no entanto, com que a turma refletisse um pouco mais. Afinal, qual estilo eles deveriam seguir?

— Porto Alegre tem mais espaço para maxixe e baile, enquanto o Interior recebe muito bem quem faz música mais nativista. Daí, nós decidimos seguir o nativismo, música gaudéria mesmo, porque queríamos motivar a tradição gaúcha.

Em oito anos de estrada fazendo um som dentro do tradicionalismo, o grupo já gravou dois discos autorais, com faixas como No Compasso da Sanfona. E mostra o seu trabalho nos mais diversos recantos do Rio Grande do Sul, em cidades como Caçapava do Sul, Bagé, Rio Pardo e Vacaria.

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Neste ano

— Além da dificuldade de tocar nativismo em Porto Alegre, os cachês para quem faz música gaudéria no Interior são melhores, o pessoal recebe muito bem. Gostamos de tocar em CTGs e em invernadas, que tem um público familiar, de crianças e de idosos — afirma o vocalista da turma:

— Queremos chegar a todos os públicos, não só nos jovens. Não queremos esquecer dos mais velhos.

Em 2018, os músicos gravarão o primeiro clipe. Será de uma canção que ainda está sendo composta.

 Ainda integram o grupo Rafael Machado (guitarra), Tales Moreira (vocal), Irineu Rodrigues (baixo), Marcelo Silva (bateria), Etson Pereira (gaita) e Paulinho Silva (vocal). 

Pitaco de Quem Entende

Rodrigo Munari fala sobre o som da turma:

— Gostei do que ouvi, instrumental e vozes bonitas, fazendo o que a música pede e precisa. Achei bem maduro o grupo. Eu dançaria a noite inteira ao som deles!  



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