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Estrelas da Periferia

Conheça o grupo de Viamão que aposta no rap para criticar a corrupção e a violência

Grupo Impacto 4.6, formado em 2014, aposta em letras fortes e na relação próxima com a comunidade.

13/03/2018 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Omar Freitas / Agencia RBS
Da esquerda para a direita: Zé da Fé, Vitor e Homer

Formado em 2014 pelos amigos Zé da Fé e Homer, que moram no bairro Santo Onofre, em Viamão, o grupo Impacto 4.6 nasceu com o objetivo de protestar, pelo rap, contra a situação que o país atravessava na época. O cenário era de violência e denúncias de corrupção – aliás, nada diferente do que acontece em 2018. 

De acordo com Homer, um dos MCs do Impacto 4.6, a experiência de um grupo anterior que ele integrava com Zé ajudou a pensar de maneira mais profissional.

— Era tudo mais amador, da época da escola. Encerramos o grupo, ficamos um pouco afastados e acabamos nos reencontrando, com pensamentos mais maduros, para fazer um som forte — comenta Homer, para completar:

— No grupo anterior, a gente gravava em casa mesmo, mais amador. Agora, gravamos em estúdio, com uma boa estrutura.

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Recentemente, a banda ganhou o reforço de outro MC, Vitor, morador da Restinga, Zona Sul da Capital, que mostra seu trabalho em faixas como Inversão de Valores. Hoje em dia, as músicas do Impacto 4.6 criticam a atual situação do Brasil de maneira mais forte, como eles gostam de ressaltar.

— Nossas letras estão muito baseadas no que vemos no nosso dia a dia na nossa comunidade e no país, com casos de corrupção quase diários, além da violência, presente em muitas comunidades. Estamos tentando trazer uma verdade um pouco mais direta, com uma mensagem forte, de contrariedade com o que está rolando por aí – afirma Homer.

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Iniciativa

Para 2018, o grupo prepara o lançamento de seu primeiro EP. Eles prometem um trabalho repleto de composições fortes, como a própria Inversão de Valores, a principal deles atualmente, e Sonhos. Paralelamente às gravações, o grupo faz um trabalho louvável: boa parte de seus shows acontece em eventos voltados para comunidades, em Viamão, nos quais os rappers promovem arrecadação de brinquedos e alimentos.

— Achamos fundamental fazer esse tipo de trabalho, o grupo tem uma ligação muito forte com a comunidade — assegura Homer. 

Pitaco

Rafa, do grupo Rafuagi, fala sobre o som dos rappers:

— O grupo faz o bom e clássico estilo dos anos 1990: rap consciente, de protesto, apontando não só problemas, mas também soluções. Em meio a competições fúteis que existem no cenário musical, os guris do Impacto 4.6 resgatam o lado b do rap. Muito interessante!





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