Só se fala noutra coisa...
Guri de Uruguaiana fala sobre as festas juninas: "É tanta caloria que, na volta da festança, os botões da camisa xadrez nem fecham mais"
Tchau, junho...
Chê! Junho está terminando neste sábado e, com ele, se vão as festas juninas, comemoradas no Brasil inteiro. A única diferença entre as festas juninas de Brasília e as outras capitais é que, por lá, tem uma quadrilha que atua o ano inteiro. O pior de tudo é que essa quadrilha faz o país todo dançar.
Independentemente disto, eu gosto muito de festas juninas, principalmente por conta da comilança. É paçoca, pipoca, nega maluca, rapadura, quentão... É tanta caloria que, na volta da festança, os botões da camisa xadrez nem fecham mais!
Lembranças
Lembro com saudade das festas juninas de quando eu era piá, lá em Uruguaiana. A pobreza era tanta lá na minha escola que, na festa de São João, as crianças pintavam os dentes de branco. Que barbaridade!
Os brindes da pescaria eram só aquelas porcarias do R$ 1,99 e as bandeirinhas eram feitas de jornal velho. Mas nem por isso a gente era menos feliz!
O Licurgo, por exemplo, ficava mais faceiro que mosca em tampa de xarope. Ele mandava cartinha no correio sentimental para ele mesmo, só pra fazer balaca. Depois, gastava todas as economias na barraca do beijo. Que falta de opção!
A maldição dos campeões
A eliminação da Alemanha na Copa do Mundo, na quarta-feira passada, foi mais um capítulo da "maldição das campeãs". Pela terceira vez seguida, o país que venceu a Copa anterior é eliminado na primeira fase.
Foi assim com a Espanha, campeã em 2010, com a Itália, que venceu em 2006, e, agora, com a Alemanha, que venceu em 2014, após aquele traumático 7x1 contra o Brasil. A Alemanha não conseguiu fazer nem um golzinho na Coréia do Sul.
Quem mandou gastar todos os gols contra a nossa Seleção? Que barbaridade! Quem diria que a Alemanha não chegaria sequer nas oitavas. Igualzinho ao Licurgo, que parou na sexta!
Correio amoroso
Guri, terminei com meu namorado há pouco tempo, mas sinto falta dele como se fossem anos de saudade. O que faço? (Rose Rocha - Soledade)
Bah, Rose, o tempo é relativo. A maior prova disso é que um minuto pode demorar mais ou menos tempo, dependendo de qual lado da porta do banheiro tu estás.
Saudade é um baita problema. Mas o bom da vida é que, sempre que surge um problema sem solução, aparece também um amigo pra te dizer:
— Bah, agora tu te lascou.
Todos nós convivemos com a saudade. Eu, por exemplo, sinto sempre muita saudade daqueles chocotones do Natal. Mas a vida é assim mesmo. Como diria aquele bagual, o William Shakespeare: "Só lamento".