Após revelar que pelo menos 19 vítimas que tentavam obter visto norte-americano em Porto Alegre foram lesadas em mais de R$ 22 mil, a Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (6) o nome do empresário investigado e da agência envolvida no esquema: Breno Leal Berto, 55 anos, da EB Vistos, localizada na Rua Vigário José Inácio, no Centro de Porto Alegre. Berto foi indiciado, em  agosto de 2018,  pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos públicos e falsidade ideológica.

O delegado Marco Antônio de Souza, da Divisão Judiciária e de Operações (DJO) e responsável pela investigação, diz que o inquérito havia sido aberto após ser procurado pelo próprio consulado. Segundo Souza, a EB Vistos solicitava os valores de forma antecipada para aplicar os golpes, aproveitando-se da falta de informações ou da urgência de algumas pessoas nas viagens. 

— Ele prometia facilitar a obtenção do visto e assim pedia pagamento antecipado de taxas — diz Souza.

Berto é apontado no esquema como responsável por falsificar e também por não entregar os documentos necessários para as vítimas. Sem o retorno da empresa, as vítimas se deslocavam para o consulado na esperança de uma entrevista. No entanto, acabavam descobrindo que tudo não passava de um golpe e que não tinha nenhum agendamento marcado. Souza lembra que a Embaixada e os consulados são as únicas fontes autorizadas sobre o processo de solicitação de vistos. O Diário Gaúcho entrou em contato com defesa do indiciado. O advogado Fabiano Justin Cerveira diz que não procedem os fatos apresentados pela Polícia Civil e que, durante o processo judicial, será devidamente reconhecida a inocência de Breno. Ele ainda ressalta que, após requerimentos e esclarecimentos apresentados, a Justiça revogou a prisão preventiva ainda durante o andamento do inquérito.