Estrelas da Periferia
Rock de protesto e com temas fortes: conheça a Barba & Kill, de Canoas
Surgida em maio de 2015, a Barba & Kill nasceu, inicialmente, da ideia de fazer releituras de um dos grandes mitos do rock mundial: Os Ramones. Porém, de lá para cá, os roqueiros de Canoas foram mesclando versões do grupo norte-americano com canções próprias, lançaram EP, mas depararam com um dos principais problemas que aflige as bandas no Rio Grande do Sul: o entra e sai de seus integrantes.
— De 2015 para cá, tivemos uns cinco ou seis bateristas. No momento, estamos sem um fixo. Acredito que isto acontece por dois motivos: pelo cenário não estar muito propício e porque muitas pessoas não entendem que música é um negócio sério, que envolve dedicação. Não é só beber e fazer um show por semana — comenta Tata, guitarrista e vocalista da banda.
Proposta
Diante desta dificuldade, Fell Rios, produtor do grupo, vem quebrando o galho na bateria, enquanto o novo componente não chega. Conforme Tata, a proposta da banda é trazer um pouco da visão de mundo dos integrantes para as suas letras. E, principalmente, manter viva a ideia que o rock é um gênero, essencialmente, de protesto.
— Sempre foi protestante, contra um pensamento homogêneo ou dominante de uma era. E assim deve se manter. Se o pensamento for conservador, atacaremos isso. Hoje estamos no pensamento pós moderno progressista. É isso é o que deve ser atacado — avisa Tata.
Para começar
O primeiro EP do grupo, chamado Volume 1, contém letras fortes, que criticam problemas que a sociedade enfrenta atualmente, como alcoolismo, consumo de drogas e depressão. Uma das faixas, Paranoia trata bem de um dos problemas mais recorrentes da nossa atual sociedade.
— Lutei contra a depressão durante muitos anos e vi muita gente passando por problemas semelhantes aos meus. Essas pessoas são chamadas de loucas. Por isso, fazer esta letra foi a maneira que achei de colocar para fora algo que vivenciei — afirma o guitarrista e vocalista.
Mesmo com as atuais dificuldades de encontrar um baterista, a Barba & Kill anda com uma agenda considerável. Em junho, chegou a abrir o show do roqueiro Wander Wildner.
Neste sábado, fará a abertura da apresentação de outro ícone do rock nacional: os gaúchos da Replicantes.
— Tentamos, por meio de nossas letras, que as pessoas se identifiquem com os temas. Estamos sendo sinceros, mostrando a realidade que a gente vê. Queremos trazer algum impacto para a sociedade — finaliza Tata, cheio de ideais.
Ainda integram a banda Jorge (baixo e vocais) e Pierre Velasques (guitarra solo).
Pitaco de Quem Entende
Rodrigo Munari avalia a banda Barba & Kill:
— Gostei do texto, da sonoridade e dos vocais afinados. Acredito que a tradição roqueira do Rio Grande do Sul está muito bem-representada.
— Para falar com a banda, ligue para 98270-1223.
—Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para o e-mail jose.barros@diariogaucho.com.br.