Noveleiros
Michele Vaz Pradella: "Com primeiro beijo gay das 18h, 'Orgulho e Paixão' faz história"
Cena de romance entre Luccino e Otávio arrebatou o público
Simples. Indolor. Sutil. Sem aviso prévio _ a cena não constava em nenhum resumo divulgado _ o primeiro beijo gay em novelas das seis foi ao ar ontem. E em uma trama de época. Orgulho e paixão fez história não só pela cena, um avanço positivo por si só, mas pela forma doce como a história de Luccino (Juliano Laham) e Otávio (Pedro Henrique Müller) foi contada.
Luccino era secundário, sem história própria, que servia apenas para consertar os veículos dos personagens de maior destaque na trama. Otávio não passava de um mero figurante nas cenas do quartel comandado por Brandão (Malvino Salvador).
Mas com as estripulias de Mariana (Chandelly Braz), que inventou uma identidade masculina para correr junto aos homens sobre uma moto, Luccino foi crescendo. De confidente e cúmplice da mocinha, passou a ter seus próprios dilemas e dúvidas, questionou a própria sexualidade e ganhou, enfim, um par romântico. Otávio chegou de mansinho, e quando os dois — e o público — perceberam, já era amor.
O casal — que ainda nem se reconhecia como tal — arrebatou uma torcida apaixonada nas redes sociais, foi "shippado" (#Lutávio) e mereceu até uma trilha sonora que tinha tudo a ver com o romance. Enquanto Sandy entoava "como cortar pela raiz se já deu fruto...", Luccino e Otávio construíram com delicadeza uma envolvente história.
Por tudo isto, o beijo era apenas uma consequência natural daquilo que já vinha sendo mostrado. A cena foi comemorada nas redes sociais, afinal, foi a confirmação de uma história de amor como qualquer outra. E quem ousa dizer que não?