Noveleiros
Confira os altos e baixos de "Segundo Sol", trama que chega ao fim hoje à noite
Novela de João Emanuel Carneiro tem surpresas reservadas para o último capítulo
Véi, a reta final de Segundo Sol, novela que termina hoje, está brocado. Laureta (Adriana Esteves) apertou a mente de todo mundo e se picou na cocó, deixando os mocinhos no maior calundu. Bora desfiar esta resenha e relembrar o que foi massa e o que não passou de migué na trama de João Emanuel Carneiro. Ó paí!
Quem é que sobe a ladeira?
—É sempre bom assistir a uma trama fora do eixo Rio-São Paulo, com belas paisagens e aquele sotaque gostoso, que insere novas expressões no vocabulário dos telespectadores. Se você não entendeu o início deste texto, cheio de "baianês", é porque não acompanhou direito aos últimos meses de novela.
— O elenco foi um show à parte. Dos jovens talentos como Chay Suede (Ícaro), Letícia Colin (Rosa) e Danilo Mesquita (Valentim), passando pelos sempre ótimos Arlete Salles (Naná), José de Abreu (Dodô) e Roberto Bonfim (Agenor). Tivemos as gratas surpresas Kelzy Ecard (Nice), Claudia Di Moura (Zefa) e Narcival Rubens (Galdino).
— Os primeiros acordes da trilha sonora, ainda nas chamadas de pré-estreia, provocavam uma nostalgia e vontade de arrastar os móveis da sala para sair dançando. O melhor do axé dos anos 1990 ganhou novas versões, com destaque para o vozeirão de Alcione em sua versão do clássico O Mais Belo dos Belos.
— Que grande sacada colocar Renata Sorrah para interpretar Dulce, a mãe de Laureta! Como disse o diretor Dennis Carvalho, nos bastidores das últimas gravações, Renata e Adriana Esteves "são praticamente a mesma pessoa". A brincadeira remete à novela Senhora do Destino (2004), quando as duas dividiram o papel de Nazaré Tedesco. As loucuras de Dulce foram o melhor desta reta final.
Barril dobrado
—Logo na primeira semana de novela, o público protestou, nas redes sociais, por conta da falta de representatividade negra no elenco. Com exceção de Roberval (Fabricio Boliveira), só havia brancos nos papéis principais, apesar de a trama se passar em Salvador, capital baiana com 80% da população formada por negros ou pardos.
— Alguns atores ficaram relegados a papéis secundários, sem histórias próprias. Outros, foram sumindo ao longo da trama e quase não aparecem nesta reta final. Foi o caso de Francisco Cuoco (Nestor), André Dias (Groa) e Roberta Rodrigues (Doralice).
— Se dependesse de Beto (Emilio Dantas) e Luzia (Giovanna Antonelli), a história teria ficado estagnada lá em Boiporã. O casal demorou a descobrir questões óbvias, caíram em armadilhas pífias e foram verdadeiras marionetes nas mãos dos vilões.
— As ótimas canções do início da novela foram deixadas em segundo plano, enquanto o público foi obrigado a ouvir, à exaustão, os "sucessos" Axé Pelô e Sal na Pele, músicas criadas especialmente para a trama, como composições de personagens.
— Renata Sorrah poderia ter sido escalada bem antes. Imaginem a bagunça que Dulce iria fazer, caso aparecesse de surpresa no bordel da filhota Laureta?