Estrelas da Periferia
Conheça k-Róu, funkeira de discurso empoderado, que já abriu show de Pabllo Vittar
Cantora, de Canoas, começou a carreira influenciada pelo pai, fã de música nativista
Influenciada pelo pai, Teodoro, fã de música tradicionalista, e que embalava os churrascos de família cantando muita música nativista, Carol Teodoro, 29 anos, sabia, desde a adolescência, que seu futuro era no universo musical. Porém, não imaginava que escolheria um ritmo tão diferente do que o pai gosta, o funk.
— Tenho contato com a música desde cedo, e a influência dele sempre foi muito presente. Sempre tinha violão e cantoria nos churrascos. Gostava muito de dança e de música, mas sempre fui muito tímida — relembra Carol.
Timidez
Para tentar superar, aos poucos, a sua timidez, Carol começou a fazer oficinas de teatro, e participou de pequenos shows.
— Foi uma evolução natural, fui entrando no mundo artístico aos poucos — conta.
Há cerca de três anos, ela resolveu tentar colocar a timidez de lado de uma vez, e lançou um projeto com uma drag queen, voltado para o público LGBT+. Mesmo com o trabalho, ela pensava em carreira solo, e já flertava com o funk. Mas, curtindo o gênero dançante, ela queria fazer algo diferente. Logo no começo de sua trajetória solo, abriu o show de Pabllo Vittar, em Porto Alegre, no ano passado. Mas queria mais.
— Sempre quis fazer algo diferente do que temos, hoje, no funk. Não queria músicas e clipes com meninas dançando, ostentação de carro, bebidas — afirma Carol, que passou a usar o nome artístico k-Róu.
Nesta batida, ela lançou o clipe Na Minha Mão, com a participação do ator gaúcho Werner Schünemann. Ela teve a ideia do vídeo ao lado de seu empresário, Diego Garcia.
— O clipe mostra o drama de uma princesa que é sempre insultada e humilhada pelo príncipe. Um dia, ela sai pela floresta e encontra um mago, (interpretado por Werner) que lhe dá uma poção. Ela acorda nos dias atuais, já em um baile funk, toda empoderada. E faz príncipe “comer na mão” dela — explica k-Róu, para completar:
— Adotei o estilo e estou muito feliz com o resultado. Na tarde desta terça-feira (15), a canoense gravou a sua nova música, O Grave da Flautinha.
— O clipe estará saindo do forno até o Carnaval. Se Deus quiser, vai ser hit — acredita.
Pitaco de Quem Entende
Adriano Brasil fala sobre o som da funkeira:
— Ainda existe um espaço a ser preenchido pelas mulheres no funk. Além de uma produção excelente no seu clipe, há de se ressaltar que ele foge daquele padrão de ostentação. Parabéns!
Aqui, o espaço é todo seu
— Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.
— Para falar com a cantora, ligue para 98541-7961.