A choradeira – dos telespectadores, apresentadores e técnicos – está de volta. Mas, calma, leitor, nesse caso, a choradeira é de emoção, e positiva. Tudo porque, neste domingo (6), o The Voice Kids estreia sua quarta temporada e promete seguir emocionando o público Brasil afora. 

Aposta certeira da Globo para o período das férias de verão, o reality show, mesmo com poucos anos no ar, ganhou vida própria por apresentar jovens talentos que emocionam com tanta fofura e talento. 

Os técnicos seguem os mesmos de 2018 – Carlinhos Brown, Claudia Leitte e Simone & Simaria –, e o programa repete a fórmula que tanto sucesso vem fazendo.  

The Voice Kids (RBS TV, domingo, 13h35min)

Difícil missão de escolher

Atração à parte do The Voice Kids, os técnicos do programa seguem os mesmos de 2018. E, com eles, vem a tão temida responsabilidade de virar a cadeira para os jovens talentos. Sobre o processo de escolha, e o fato de serem obrigados a selecionar candidatos, Carlinhos Brown conta que não são só as crianças que ouvem “não” durante o reality.

– A gente também ouve o “não” da criança depois de virar a cadeira. É bom que os pais saibam que, na verdade, são os técnicos que ouvem o primeiro “não” deles – afirmou Brown, 56 anos, o técnico mais experiente do programa, já tendo participado de todas as versões, incluindo Kids e adultos.

Já Claudia Leitte, 38 anos, identifica nos pequenos algumas características que ela tinha quando pequena, e ainda sonhava em cantar.

– Quando era criança, meus sonhos eram maiores do que eu e hoje ainda continuam grandes. 

Mas isso é maior do que podia imaginar lá trás. Estou muito feliz em participar de mais uma temporada do programa – disse. 

Retorno à infância

Já Simone & Simaria, mesmo com os perrengues que enfrentaram em 2018, por conta de problemas de saúde de Simaria, confirmaram sua participação como técnicas na nova edição. Para Simone, o contato com os pequenos a faz relembrar os primeiros momentos de sua carreira. 

– Sentada ali naquela cadeira, às vezes, passa um filme na minha cabeça. Muitos de nós começamos a cantar pequenos, então, é como um resgate dessa infância, é muito lindo – relembra Simone, 32 anos.

Já Simaria, 36, comenta que a participação no programa trouxe novas emoções à dupla. 

– A gente sente uma diferença nos shows. Agora vemos muitas crianças na nossa plateia. E sentimos o carinho delas  – afirma.

Um kids mais kids

Atração que agradou muito a audiência, o The Voice Kids terá o mesmo formato dos anos anteriores, mas com uma mudança considerada fundamental. Em 2019, o reality show terá uma alteração na faixa etária, com participantes de nove a 14 anos. Até o ano passado, a idade máxima era 15 anos. A redução tenta agradar o público, que achava injusta a competição entre talentos tão pequenos com outros já na adolescência. 

Na coletiva de lançamento do programa, o diretor-geral da atração, Flavio Goldemberg, afirmou que “sentiu uma reação do público”, nessa questão. 

– Embora isso não queira dizer nada – afirmou, para logo em seguida, ser interrompido por Carlinhos Brown, um dos técnicos, que argumentou:

– No dia a dia, é assim, a convivência das crianças é assim, com todas as suas diferenças. Não é intencional, mas todas as crianças merecem oportunidades iguais.

Já André Marques disse que a escolha dos pequenos talentos é uma “composição de fatores”. 

– Nesse ano, temos muito mais crianças pequenas do que maiores, a média está menor. Já vi crianças que, chegavam no palco, e pareciam ter dez anos. E tinham 14. E o inverso também acontece, e muito. Mas a regra é para todos, e nossos técnicos têm competência para escolher – afirmou.

Novas emoções e novos sonhos

Apresentador do reality show desde a primeira edição, André Marques, 39 anos, afirma que, mesmo com poucas mudanças, cada ano é sempre diferente.

– É diferente para a gente. São novas crianças, novas histórias, novas emoções, novos sonhos – afirmou.

Sobre a cobrança que cada pequeno talento enfrenta, principalmente por conta das eliminações, André usa a sua própria experiência para explicar como funcionam os bastidores do programa. 

– Não tem o melhor ou o pior, tem cada dia. Fiz muito teste quando era criança e minha mãe dizia: “Não quer dizer que ele seja melhor que você, cada um tem sua particularidade, sua peculiaridade, seu talento”. Naquele teste específico, precisavam de um menino com cara de normal. E eu não tenho cara de normal (risos) – relembrou André.

O apresentador, que já foi flagrado em edições anteriores se emocionando com a participação dos pequenos, afirma que tenta segurar a emoção, mas, ao terminar o programa, chega em casa e até perde o sono, lembrando das apresentações.

– Não tem jeito, eu tento segurar a emoção, mas isso aqui é fantástico. No começo, não fico muito próximo deles, para não gerar ciúmes e para não ser xingado pelo Boninho (diretor de núcleo de The Voice Kids). Depois, conforme as fases vão avançando, vou respondendo mensagens deles nas redes sociais e vamos ficando amigos – comenta.

Um dos que ficou mais próximo de André foi o gaúcho Thomas Machado, vencedor da segunda edição do programa, em 2017:

– Thomas me mandou uma bombacha e um chapéu igual ao dele. Cara, dava vontade de morder a bochecha dele, de tão fofo que é. Tento não me apegar tanto, mas é muito difícil.

Junto da gurizada

Dividindo com André a tarefa de apresentar o The Voice Kids, Thalita Rebouças, 44 anos, volta a circular pelos bastidores revelando o que rola por trás das câmeras, além de fazer entrevistas com os artistas mirins e seus familiares. 

– O que já pude ver é que temos uma chuva de talentos, além de muito carinho. Venho para o Kids para viver experiências lindas e aplaudir o talento das crianças, o amor, a batalha delas, o amor dos pais por elas e o quanto eles abraçam os sonhos dos filhos – contou a apresentadora.

As fases

Audições às cegas

Na primeira fase, os candidatos se apresentam e são avaliados apenas pela sua voz. Os técnicos, então, viram suas cadeiras e montam os três times. Se mais de um técnico escolher o mesmo cantor, quem escolhe com quem quer trabalhar é o próprio candidato. Cada time termina esta fase com 24 candidatos.

Batalhas

Nesta fase, os pequenos cantam em trios formados por integrantes do próprio time. Após cada apresentação, cabe ao técnico decidir quem avança.

Shows ao vivo

Aqui, as disputas passam a ser ao vivo e o público começa a ajudar na decisão de quem continua no reality.

Quartas de Final

Ao final de cada show, parte dos candidatos segue no programa. O público e os técnicos participam dessa decisão.

Semifinal

Após as apresentações, o público e os técnicos decidem os finalistas do programa.

Grande final

Os finalistas se apresentam em um grande show. Caberá apenas ao público decidir o campeão do The Voice Kids 2019.

O vencedor fatura R$ 250 mil e um álbum gravado pela Universal Music.