Investigação
Padre Marcelo Rossi é condenado sob acusação de plágio e está proibido de vender o livro "Ágape"
Com 10 milhões de exemplares comercializados, obra é considerada a principal do religioso
Uma liminar do desembargador Gilberto Campista Garino, da 14ª Vara Cível do Rio de Janeiro, proibiu a comercialização do livro Ágape, de Padre Marcelo Rossi. Segundo a decisão, o religioso é acusado de plagiar um dos textos publicados na obra, que seria de autoria da escritora Izaura Garcia, de 62 anos. As informações são do jornal O Dia.
"Tudo bem ponderado, defiro parcialmente a tutela provisória de urgência, a fim de que os agravados suspendam a publicação, distribuição e venda de exemplares da obra Ágape, até que comprovem a retificação de autoria do texto Perguntas e Respostas – Felicidade! Qual é?, nela veiculado, atribuindo-o corretamente à agravante (Izaura Garcia), ou até que o suprimam, sob pena de multa equivalente ao dobro do valor comercial de cada exemplar publicado, distribuído e/ou vendido (dependendo do tipo de material da capa, o livro custa entre R$ 14 e R$ 70 no comércio), na forma do art. 537, caput da Lei Federal n.º 13.105/2015", diz um trecho do despacho.
Segundo a advogada da autora do processo, a decisão é justa e a causa chega a R$ 53 milhões. O valor da indenização é equivalente, de acordo com a lei, a 20% da venda de 10 milhões de exemplares, em 30 países.
Com registro em cartório, Izaura Garcia comprovou que o texto dela foi publicado em 2002 no livro Nunca Deixe de Sonhar - na obra de Marcelo Rossi, a autoria é atribuída a Madre Teresa de Calcutá. Em 2013, chegou a fazer um acordo com a Editora Globo, que se comprometeu a colocar seu nome, o que não foi cumprido.
A Editora Globo, responsável pela publicação da obra, e o padre Marcelo Rossi informaram que só irão se pronunciar após a notificação oficial da Justiça.
Lançada em 2010, Ágape é considerada a principal obra do religioso e já vendeu mais de 10 milhões de exemplares.