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Titãs revisita "Acústico MTV" em Novo Hamburgo e Porto Alegre

Banda volta ao Estado com turnê que celebra lançamento de um dos mais importantes discos de sua trajetória

26/04/2019 - 10h42min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Silmara Ciuffa / Divulgação
Sérgio Britto, Branco Mello e Tony Bellotto passam em revista grandes sucessos dos Titãs em Novo Hamburgo e Porto Alegre

Vinte e dois anos depois do lançamento de um dos mais importantes discos dos anos 1990 no rock brasileiro, o seu Acústico MTV, os Titãs decidiram atender os pedidos dos fãs e fazer uma turnê especial para relembrar o álbum. Diferentemente daquela época, em que o CD reinava absoluto no mercado e o grupo contou com grandes nomes da música nacional para a gravação do disco, o formato do novo show é mais enxuto. 

Mas nem por isso gera menos empolgação em Sérgio Britto (voz, piano e contrabaixo), Branco Mello (voz, violão e contrabaixo) e Tony Bellotto (voz, guitarra acústica e violão). A versão trio é específica para esse projeto. Nos demais shows, sobe ao palco a  formação completada por Beto Lee (guitarra) e Mario Fabre (bateria). 

Em entrevista por telefone, Belotto adianta que nos shows desta sexta-feira (26), em Novo Hamburgo, e sábado (27), em Porto Alegre, serão apresentadas novas versões para sucessos do Acústico, que vendeu mais de dois milhões de cópias e que reuniu faixas como Marvin, Televisão, Família e Go Back, além de Pra Dizer Adeus, que virou hit a partir do disco. Confira!

O Acústico MTV é um dos discos mais marcantes da trajetória dos Titãs. Por que celebrar a data agora e não em 2017, nos 20 anos do lançamento?

Vínhamos sendo cobrados pelos fãs, há algum tempo, para lançar algo que marcasse os 20 anos do álbum. Em 2017, estávamos muito envolvidos com o disco Doze Flores Amarelas, e não estávamos com tempo para pensar em outro projeto, além de não sermos muito ligados em efemérides. Porém, com o passar do tempo, passamos a achar que poderia ser uma boa ideia, porque poderíamos fazer um show muito diferente do que foi o Acústico MTV. Vimos que poderia ser um show muito essencial, só nós três, pois, além de tocar muita coisa que estava presente no Acústico, a gente poderia tocar coisas que foram sucesso depois daquele disco, como Epitáfio e É Preciso Saber Viver

No palco, os fãs notarão uma grande diferença, pois aquele show tinha orquestra, convidados especiais como Fito Paez, Marisa Monte, Jimmy Cliff e Arnaldo Antunes, por exemplo. Agora, é mais intimista...

Exato, acho que um dos grandes diferenciais desse show é o fato de ser intimista. A gente está próximo do público, pode falar e até faz parte do show a gente falar bastante, no intervalo entre uma música e outra. E é uma coisa que a gente nunca fez em 37 anos de carreira, conversar com o público, contar como certas músicas foram feitas, fazer comentários. E tem sido muito legal. Começamos esse projeto meio de brincadeira e vem tendo uma receptividade muito grande. É como tocar na sala de casa, para amigos. 

Tantos anos depois, e com muitas versões gravadas dos sucessos da banda, como vocês trabalharam os arranjos para as versões desta turnê especial?

Apesar de este show não contar com orquestra e com os convidados daquele espetáculo, a gente fez arranjos diferentes para canções como Família e Go Back, por exemplo. Mesmo não tendo orquestra, a gente recria algumas sonoridades típicas de orquestra, no piano e no violão 

Mesmo com tantos discos fortes, principalmente nos anos 1980, o Acústico MTV marcou os fãs do grupo, não?

Certamente, muita gente fala desse disco. Nesses momentos, a gente vê como um disco é importante para uma pessoa, em determinado momento de sua vida. E relembrar esse disco é uma oportunidade muito legal de tocar aquelas músicas, de um jeito que consideramos especial.

Quando o Acústico MTV foi lançado, os Titãs tinham integrantes que cantavam músicas emblemáticas, como Nando Reis (Marvin e Família) e Paulo Miklos (Pra Dizer Adeus), mas que deixaram a banda. Como encaixar essas canções no formato trio? 

Muitos dos sucessos que o Paulo gravou, por exemplo, são de minha autoria, como Isso e Pra Dizer Adeus, que foi o primeiro single daquele disco. E é curioso. No nosso primeiro disco (que leva o nome do grupo, lançado em 1984), eu cantava em alguns momentos. Mas como naquela época a banda tinha muitos cantores, acabei me concentrando na guitarra e não cantei mais. Desde a saída do Paulo dos Titãs (em 2016), eu já vinha cantando algumas faixas. E agora que estou perto de completar 59 anos de idade, estrear alguma coisa diferente é uma grande satisfação. Se provocar, se desafiar, é legal. E músicas que tinham o Nando e o Paulo nos vocais se ajustam muito bem nesse formato que estamos trabalhando. 

Vocês já fizeram shows históricos por aqui, em diversas edições do Planeta Atlântida, no Gigantinho, e em uma turnê conjunta com os Paralamas do Sucesso, em 2008. Alguma lembrança especial dos shows no Rio Grande do Sul?

Os gaúchos sempre nos receberam muito bem. O Rio Grande do Sul é muito surpreendente, tem umas cidades incríveis. Lembro que, nos 80, quando a gente começou, duas cidades que tinham muita força no rock, além de São Paulo e do Rio de Janeiro, e que nos acolheram bem, eram Brasília e Porto Alegre. A cena roqueira daí sempre foi muito forte. Sempre nos anima muito tocar no Rio Grande do Sul. Uma das coisas mais marcantes que recordo foi quando lançamos o primeiro disco, que teve como grande sucesso, no resto do Brasil, Sonífera Ilha. Mas notamos que Marvin tinha uma receptividade bacana no Rio Grande do Sul, e ela estourou de maneira diferente aí. 

TITÃS

NOVO HAMBURGO

  • Sexta-feira, às 21h, no Teatro Feevale (ERS-239, Campus II da Universidade Feevale).
  • Ingressos: R$ 120 (plateia baixa, plateia alta, camarote), R$ 100 (frisas, segundo e quarto andar) e R$ 80 (balcão), com 20% de desconto para sócios do Clube do Assinante. À venda na bilheteria do Teatro Feevale e no site uhuu.com (com taxa).

PORTO ALEGRE

  • Sábado, às 21h, no Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80).
  • Ingressos: R$ 80 (galeria mezanino direita e galeria mezanino esquerda), R$ 100 (galeria alta esquerda e galeria alta direta), R$ 120 (mezanino), R$ 160 (plateia alta), R$ 180 (camarote) e R$ 200 (plateia baixa), com 10% de desconto para sócios do Clube. À venda na bilheteria do Teatro do Bourbon Country e no site uhuu.com (com taxa).

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