Noveleiros
Confira os altos e baixos de "O Sétimo Guardião"
Trama de Aguinaldo Silva chega ao final hoje à noite
O capítulo final de O Sétimo Guardião reserva algumas surpresas para o público: contará com mais assassinatos, sacrifício por amor e, claro, um casório em Serro Azul. Mas, antes de adiantar o que deve ocorrer no desfecho da trama, é hora de avaliar o que deu certo e o que deixou a desejar na obra de Aguinaldo Silva.
O PULO DO GATO
Elenco de peso
Tony Ramos (Olavo), Lília Cabral (Valentina), Elizabeth Savala (Mirtes), Leticia Spiller (Marilda), Marcos Caruso (Sóstenes) e Ana Beatriz Nogueira (Ondina), entre outros grandes nomes da teledramaturgia, foram motivos de sobra para grudar na frente da telinha. Isso sem contar a geração mais nova – mas não menos talentosa: Bruno Gagliasso (Gabriel), Vanessa Giácomo (Stela), Bruna Linzmeyer (Lurdes Maria) e a ruivinha mais disputada pelos autores, Marina Ruy Barbosa.
León: o real protagonista
Desde a abertura até suas primeiras cenas, o gato León tomou conta da história e ganhou o coração do público. Interpretado por quatro felinos — Lucky, Pepe, Nix e Peg — além de um robô que servia como "dublê" nas sequências mais perigosas, León mostrou desenvoltura, carisma e uma boa química com Luz, personagem de Marina. Não teve pra ninguém: o gatinho foi o grande protagonista.
Volta ao passado
Os primeiros capítulos de O Sétimo Guardião prometiam prender a atenção do público. Afinal, era um retorno às origens de Aguinaldo Silva, famoso por histórias cheias de realismo fantástico e criador de personagens instigantes. O ponto alto, no início, eram as homenagens às tramas antigas do autor, como A Indomada (1997) e Tieta (1989). Entre as melhores cenas, estão as do retorno de Ypiranga (Paulo Betti) e Scarlet Pitiguary (Luiza Thomé), de A Indomada. O ex-prefeito de Greenville e sua primeira-dama relembraram até as expressões como "well, well", e deixaram os saudosistas em polvorosa.
PODERIA SER MELHOR
Cadê a história?
Sete guardiões com a missão de proteger uma fonte milagrosa, um gato responsável por escolher o líder da irmandade, uma cidade sem sinal de celular... Toda a premissa do folhetim era interessante, mas faltou a maestria do Aguinaldo de antigamente para conduzir a trama. Com o tempo, a história principal se esvaziou, a única solução — nem um pouco coerente — foi dar fim aos guardiões. Ao matar personagens carismáticos como Machado (Milhem Cortaz), Feliciano (Leopoldo Pacheco), Milu (Zezé Polessa), Ondina e Aranha (Paulo Rocha), Aguinaldo tirou do telespectador todo o gosto de acompanhar os capítulos até o final.
Forma humana
León era puro carisma na forma felina, mas o mesmo não ocorreu ao assumir sua forma humana. Murilo (Eduardo Moscovis) não disse a que veio, ficou circulando pela irmandade, ditando ordens e tomando decisões pouco simpáticas. Sempre com um “quê” de mistério, falou, falou, e não mostrou a que veio.
Mudança de rota
Ao mudar radicalmente o jeito de ser de alguns personagens, o autor os descaracterizou por completo. Valentina, a grande vilã, virou uma mãe amorosa, choramingando por um lugar na irmandade e pela atenção de Gabriel. O mesmo ocorreu com Tony Ramos, beirando à caricatura como o vilão Olavo, que mais rosnava do que mordia. Isso sem falar em Gabriel, o mocinho mais antipático dos últimos tempos. Nem o talento de Bruno Gagliasso salvou um tipo fadado ao "ranço".