Noveleiros
Os altos e baixos de "Verão 90", novela das 19h que termina nesta sexta-feira
A trama caiu nas graças do público com uma história leve e divertida
Chegou a hora de guardar as pochetes, calças bag e camisetas de banda de volta no armário. Verão 90 termina hoje à noite, deixando a TV um pouco menos colorida e alegre. Foi divertido fazer essa viagem no tempo _ ainda que o trajeto tenha sido curto, afinal, muita gente ainda se lembra do que viveu na era do videocassete e do telefone com fio, quando o celular ainda era pesava bastante no bolso (em todos os sentidos). Enquanto Manuzita (Isabelle Drummond), João (Rafael Vitti) e Jerônimo (Jesuíta Barbosa) não se despedem de vez do público, confira o que foi mais legal e o que não agradou tanto assim na trama.
Animado feito lambada
— "Preta fala pra mim...". Quem nunca deu uns passinhos ao som dessa música, que atire o primeiro LP do Beto Barbosa. O ritmo que dominou os anos 1990 voltou a ecoar nos ouvidos de muita gente. Os hits românticos de Tim Maia e a dance music da época também voltaram com tudo. Da fita K7 às plataformas digitais de música, a nostalgia tomou conta.
— O "casal patotinha" protagonizou muitos momentos fofos ao longo da trama. João e Manu se conheceram ainda pitocos, tiveram um reencontro emocionante anos depois, engataram um romance, se separaram, noivaram, terminaram, voltaram, terminaram, voltaram, enfim, aqueles encontros e desencontros típicos de novela. Mas nada tirou o brilho dos pombinhos, que merecem um final felicíssimo ao som de "Você", clássico de Tim Maia que sempre vale a pena ouvir de novo.
— Camila Queiroz fez bonito na pele da pilantra Vanessa. Segura em cena, encarou sua primeira vilã sem pudor de fazer maldades. A química com Jerônimo agradou, mas Vanessa teve uma sintonia mais afinada com o adorável malandro Galdino (Gabriel Godoy). De mero cúmplice do casal de vilões, Galdino cresceu e tomou conta da novela, com seus inúmeros disfarces e o talento irretocável de seu intérprete.
Mais enrolado do que fita K7
— Não é fácil retratar uma época tão recente sem cometer alguns deslizes, afinal, os anos 1990 estão bem vivos na memória de muita gente. Assim, pequenos erros de cronologia não foram perdoados pelos telespectadores mais atentos.
— Como uma coreografia de lambada, alguns casais giraram para lá, para cá, trocaram de pares mas, no fim das contas, voltam para seus amores de origem. É o caso de Quinzão (Alexandre Borges), que depois de ciscar na selva da pantera Lidiane (Claudia Raia) volta para os braços de Mercedes (Totia Meirelles). Seguindo os passos do pai, Quinzinho (Caio Paduan) se acerta com Dandara (Dandara Mariana) e vira um perfeito "dono de casa".
— Ator visceral, amado pela crítica por suas participações em séries, minisséries e filmes, Jesuíta Barbosa não encontrou o tom de seu vilão Jerônimo _ ou Rogê, para os íntimos. Mais atrapalhado do que malvado, teve seus planos facilmente expostos, não deixou claro se tinha como motivação a inveja ou a ambição e foi passado pra trás por outros pilantras, como Mercedes e até sua amante, Vanessa. Mais sorte da próxima vez, Rogê!
Saldo positivo
Em relação à audiência, Verão 90 superou as expectativas. Na Grande Porto Alegre, até o capítulo de sábado passado, dia 20, a novela alcançou uma média de 572 mil telespectadores por minuto. Os números representam um aumento com relação aos telespectadores da antecessora, O Tempo Não Para (2018), que teve média de 560 mil telespectadores por minuto.
Para as autoras Izabel de Oliveira e Paula Amaral, o momento é de comemoração. Em nota enviada a Retratos da Fama, a dupla celebrou os resultados da trama:
"Verão 90 será lembrada com um carinho imenso. Ficamos bem felizes com esse trabalho. A história foi aceita sem rejeições desde o início, o retorno do público foi ótimo, e a audiência correspondeu muito bem".