VÍDEO: conheça o músico que já foi padeiro, produziu canções de um ex-The Voice e hoje tem estúdio próprio

Se uma palavra pudesse definir a trajetória de Mike Maidana, essa seria persistência. Hoje, com 31 anos, ele tem o seu próprio estúdio, onde grava suas produções e a de outros artistas como Lumi, nigeriano radicado em Porto Alegre que participou do The Voice Brasil em 2016. 

Em maio, lançou o seu primeiro disco. Porém, para chegar até aqui, ralou muito. Mike deu os seus primeiros passos quando ele ainda tinha 12 anos, em Palmeira das Missões, onde nasceu.

— Comecei com a dança de rua. Até os 16 anos, a minha vida era só dança. Aos poucos, vi que cantava mais ou menos e comecei a pensar em alçar voos mais altos — relembra o artista, que mora no bairro São Geraldo, na zona norte de Porto Alegre. 

Com 18 anos, o músico botou a mochila nas costas e se mudou para a Capital, onde foi tentar realizar o seu sonho, mesmo que não tivesse apoio do pai e ainda que a mãe, empregada doméstica, não tivesse recursos para ajudá-lo no começo de sua caminhada. Naquela época, ainda passou uma temporada no município de Viamão, no bairro Vila Augusta.

Virador

 — Ralei muito, trabalhei como padeiro em um supermercado, em torno de seis anos, para juntar uma grana. Então, quando eu saí desse emprego, peguei a rescisão, comprei os meus primeiros equipamentos e fui construindo aos poucos o meu estúdio — explica Mike.

Como ele queria fazer uma mistura de pop com rhythm and blues (ritmo surgido nos Estados Unidos, nos anos 1940, que tem elementos do blues, do funk e do soul), Mike não encontrou muitos produtores dispostos a investir no seu som. Ao mesmo tempo, as "contas batiam à porta", como ele mesmo recorda. Foi preciso usar o espaço de seu estúdio para produzir trabalhos de outros artistas locais, como o de Lumi, que participou do reality show musical da Globo. 

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Em 2015, porém, Mike foi se dando conta de que não estava conseguindo realizar o seu grande sonho: seguir na carreira artística. Com a ajuda e o incentivo do produtor Joeblack, começou a trabalhar no seu primeiro disco solo. Em maio deste ano, nasceu o "filho", seu primeiro álbum. 

O trabalho, feito no seu estúdio, que fica no bairro São Geraldo, contém 10 faixas como Deixa Eu te Amar e Nós Dois.  

— Isso é o retrato do trabalho de 10 anos, tempo que eu levei para construir o estúdio e gravar o meu primeiro disco. E acho que demorei um pouco porque eu sempre quis lançar as coisas com qualidade — afirma Mike.

Com uma produção caprichada, o clipe de Nós Dois é motivo de orgulho: já passou de 30 mil visualizações.

_ Para um artista local, que nunca lançou nada, é muito bom _ comemora.

Nos próximos meses, a ideia é "botar a cara na rua" e fazer shows na Capital e pela Região Metropolitana: 

— Estou 100% focado na minha carreira.   

Pitaco:

Adriano Brasil, produtor artístico e musical, fala sobre o trabalho de Mike depois de escutar um pouco do seu som.

— Bacana a história dele, de muita batalha. Musicalmente, faz uma mistura interessante e até rara no Rio Grande do Sul de pop com rhythm and blues — reconhece Adriano sobre o nosso personagem desta semana de Estrelas da Periferia:

— E ele tem uma voz diferenciada, tem tudo para fazer sucesso. 

Aqui, o espaço é todo seu

— Para participar da seção, mande um histórico da sua banda, dupla ou do trabalho solo, músicas, vídeos e um contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.

— Para falar com Mike, ligue para o telefone 98417-6454.