Viajar sozinha de Florianópolis para Manaus para ver Sandy e Junior já seria uma emoção e tanto para um fã. Porém, desmaiar na Arena da Amazônia, ser socorrida por bombeiros e perder metade do show é algo que só a catarinense Geane Losso, 32 anos, vivenciou na última sexta-feira (13). A paixão pela dupla é algo que a acompanha desde a infância.

Ela conta que comprou ingresso para oito das 13 apresentações previstas para a turnê Nossa História. A situação mais complicada foi o desmaio em Manaus, quando fez um bate-volta partindo de Floripa: deixou a capital catarinense aos 20ºC e chegou no Norte do país com os termômetros cravando 35ºC.

Após se trocar no banheiro do próprio aeroporto, apenas visitou o mercado municipal e partiu para a fila. Mesmo ficando na sombra no período em que aguardou para entrar no estádio, ela não suportou o calor e passou mal na metade da apresentação.

— Por eu estar na grade, foi fácil para os bombeiros me resgatarem. Me levaram para uma sala no estádio que tinha ar condicionado. Deram água, mediram a pressão e fui liberada. Depois fui embora, direto para o aeroporto, pois meu voo de volta já era na madrugada. Chorei depois em casa, mas tudo bem — conta Geane.

Além de visitar a região amazônica para assistir à dupla, a jovem conta que conseguiu comprar os outros ingressos após ter saído de seu emprego. Em média, estima que gastou cerca de R$ 10 mil nessa aventura.

Autógrafo

Fã de Sandy e Junior desde pequena, ela nasceu em Santa Catarina, mas morou em Porto Alegre até os 16 anos. Como a família não tinha muitas condições, só conseguiu assistir aos cantores em uma apresentação no Beira-Rio, em outubro de 2002. Ela lembra que só comprou alguns dos discos da dupla com o seu primeiro salário, como estagiária na  Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS):

— Eu ganhava R$ 200 de bolsa na época, e ao receber comprei alguns CDs deles. Detalhe: eu não tinha onde colocar para tocar, então apenas os guardei — diverte-se.

Em 2018, durante um show de Sandy em Floripa, Geane conseguiu um autógrafo da cantora em sua cópia do disco Ao Vivo no Maracanã. Para isso, correu até o aeroporto para tentar a sorte:

— Fiquei sem reação, mas foi muito legal.

Diante da turnê, ela acredita que tem vivido o sonho de muitos amigos. Diversas pessoas lhe perguntaram como conseguiu os ingressos e como controla os gastos, mas ela reflete que tem sido uma representante de sua "bolha social":

— Tudo o que vivo me faz refletir que agora não é só o meu sonho. De alguma forma, minha alegria está chegando em outras pessoas, e estou muito contente com isso.