Estrelas da Periferia
No comando das picapes e de olho no futuro
DJ Animê, de São Leopoldo, começa a chamar atenção no cenário eletrônico e sonha em produzir suas músicas.
Em um cenário que tem o brasileiro Alok em destaque no mundo, começa a despontar aqui do nosso lado, em São Leopoldo, no Vale do Sinos, um nome na música eletrônica: Filipe Peixoto Ferreira, 29 anos, que usa o nome artístico de DJ Animê. Ele, que nasceu em Gravataí, mas mora atualmente em São Leopoldo, conta que frequenta festas de música eletrônica há cerca de 10 anos, como fã.
Um dia, porém, sua relação com a cena se intensificou ainda mais.
— Em 2018, em uma edição da Moving Festival, tocou o DJ (grego) Hi Profile, que é a minha maior referência, por ter me trazido de volta para a vida quando nem eu acreditava mais nela (na época, Animê sofria de depressão). Sentir aquela energia foi algo inexplicável. Dias depois, me surpreendi com um vídeo, feito pela produção e postado por ele, que me mostrava dançando. Muita gente comentou, compartilhou e, nisso, comecei a pensar: "Se passei algo para todas essas pessoas como espectador, como seria passar isso para o público como DJ? Como ele fez por mim?" — lembra Animê.
Conexão
Alguns meses depois, no início de 2019, ele decidiu fazer curso para DJ em uma escola da cidade. Rapidamente, começou a tocar em eventos da região, em Porto Alegre, Viamão e Alvorada. Com shows que duram cerca de uma hora, Animê conta que ainda não produz canções, como Alok.
— Basicamente, toco canções de outros artistas. Dentro da minha apresentação, tento fazer uma história do início ao fim, com essas músicas, e que elas tenham harmonia entre si — explica.
Um dos seus diferenciais, ele acredita, é o fato de que se conecta com seu público durante
as apresentações.
— Não sou o cara que entra ali, faz seu show e vai embora. Eu penso naquilo como um show mesmo, tem que fazer o teu trabalho e te comunicar com a galera, gosto dessa interação — afirma.
O próximo passo do gaúcho é passar a produzir suas faixas, a exemplo de referências no cenário, como Rafael Ferrari, conhecido como DJ Vermont, que faz sucesso na Europa com faixas autorais, como The Enginners e Mannelig.
— Meu próximo objetivo é fazer curso de produção, buscar a minha assinatura. Penso em me destacar na cena eletrônica, ser conhecido. Esse começo já foi melhor do que eu esperava
— comemora Animê.
Aqui, o espaço é todo seu
— Para falar com o DJ, ligue para 99724-0777.
— Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas, vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.
Pitaco de Quem Entende
Adriano Brasil, produtor artístico, fala sobre o trabalho de Animê:
— A cena eletrônica tem um mercado muito promissor aqui. Muito bom ver o surgimento de bons nomes como o Animê. Que ele invista na produção de canções e que tenha sucesso.