Noveleiros
Michele Vaz Pradella: Por que algumas novelas envelhecem?
Há tramas que são atemporais, porém, certas histórias perdem a validade
Em tempos de coronavírus, as reprises tomam conta da TV. Apesar da saudade que os noveleiros têm das tramas inéditas, é interessante rever algumas histórias. Podemos fazer um exercício de comparação entre o mundo de hoje e o da época da primeira exibição.
Fina Estampa, no ar durante a paralisação nas gravações de Amor de Mãe, tem menos de uma década, mas parece outro século para algumas questões. É o caso do machismo de Quinzé (Malvino Salvador) com Teodora (Carolina Dieckmann). Tachada de pilantra em 2011, hoje, a moça seria uma vítima do ex-marido agressor.
Outro exemplo interessante é o de Crô (Marcelo Serrado), humilhado pela patroa, Tereza Cristina (Christiane Torloni). O gesto seria inaceitável atualmente.
Atemporal
Ao contrário da trama de Aguinaldo Silva, outra novela reapresentada pela Globo é exemplo de história atemporal. Avenida Brasil não envelhece, ainda que se passem oito, 10, ou30 anos. A maior prova é o sucesso que a reprise — já na reta final — tem feito nas redes sociais: Carminha (Adriana Esteves) e Nina (Débora Falabella) são eternas e inesquecíveis.