Preconceito
Aline Wirley e Igor Rickli relatam caso de discriminação racial com o filho de cinco anos
Em entrevista, casal relembrou situações de preconceito
O ator Igor Rickli e a cantora Aline Wirley relataram, em entrevista ao portal Extra publicada neste sábado (6), um caso de injúria racial com o filho, Antônio, de apenas cinco anos. A discriminação aconteceu quando a família saiu para almoçar em um restaurante chique da zona sul do Rio de Janeiro pouco antes do período de distanciamento social.
Antônio corria pelo estabelecimento quando avistou um cachorro. Vidrado no animal, chegou perto da mesa em que estava sua dona.
— Quando ele se aproximou da mesa desta senhora, louco para brincar com o cachorrinho, imediatante ela recolheu as coisas dela, uma bolsa e um celular, com medo do meu filho. Aquilo me deu um clique. O meu filho vai passar por isso muitas vezes ainda na vida. E isso é assustador — contou o ator, dizendo que foi a primeira vez que sentiu a dor do preconceito.
O assunto, muito discutido nas redes sociais na última semana em função dos protestos nos Estados Unidos após morte de George Floyd, um homem negro que teve o pescoço prensado no chão pelo joelho de um policial branco, também é abordado nas conversas da família.
— Conversamos muito em casa. Não deveríamos estar mais nas ruas pedindo o fim da desigualdade e o respeito. O racismo já não deveria ser uma pauta. Mas sabemos que será ainda uma luta longa e árdua. E que nosso filho terá que ser forte para entender tudo isso — afirmou Aline.
Junto há 10 anos, o casal também já foi alvo de comentários preconceituosos.
— Quando comecei a namorá-la, muitas pessoas vinham nas redes sociais me questionar: "Nossa, você podia ter qualquer mulher. Por que ela?”— relatou Igor.
Aline também relembrou uma história envolvendo sua mãe.
— Ele nasceu muito branco. Eu nem sabia o que dizer. Uma vez, saímos com minha mãe, que é bem preta, e uma amiga bem branca. Enquanto saí de perto, foram perguntar à minha mãe se ela era a babá e minha amiga, a mãe. Pode parecer pequeno. Mas isso machuca e magoa. Então, é importante que a gente se manifeste e fale o que sente. Precisamos falar o que está entalado — desabafou.