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"Amor e Sorte": episódio de Caio Blat e Luisa Arraes faz homenagem ao cinema em meio à pandemia
Seriado criado por Jorge Furtado estreia em setembro na Globo
O isolamento social imposto pela pandemia de coronavírus ganha um ar cinematográfico em Amor e Sorte. A série criada pelo gaúcho Jorge Furtado, com estreia prevista para 8 de setembro, terá o segundo capítulo estrelado por Caio Blat e Luisa Arraes, que vivem um casal que se conhece no primeiro final de semana de quarentena.
Juntos e sem poder sair de casa, os dois decidem fazer um filme: Blat vive Manoel, um engenheiro químico aspirante a diretor de cinema, enquanto Luisa interpreta a atriz Teresa.
— A grande mensagem desse episódio é que ciência e arte, juntas, podem salvar o mundo. É uma comédia romântica deste casal quarentenado, que vai descobrindo junto como é fazer cinema, querendo resolver todos os problemas da humanidade dentro do seu pequeno universo — definiu Jorge Furtado, em entrevista por videoconferência, na tarde desta quarta-feira (12).
As primeiras impressões dos personagens um sobre o outro vão mudando com o avanço da história. Toda essa descoberta é permeada pela produção do pequeno filme do casal, que prevê homenagens a filmes bem conhecidos do público, como Psicose, Titanic, Cidade de Deus e Cantando Na Chuva. Furtado ficou muito contente com esta última referência: foi uma das primeiras vezes em que conseguiu gravar usando chuva de verdade em uma produção sua.
— Sempre fui muito acostumado a ter carros de bombeiros jogando água pro alto no estúdio (risos) — diverte-se Furtado. — Aí vimos aquele temporal no Rio de Janeiro e o Caio e a Luisa, que também assinam o texto, toparam na hora de ir para chuva no quintal e fazer uma homenagem ao clássico de Gene Kelly.
— A gente teve que inventar luz, traquitanas para que desse certo. Estudamos muito a história do cinema e exploramos diversos gêneros... Cinema mudo, romance, documentário, filme de terror... Eles ficam se perguntando sobre o gênero do filme que estão fazendo, porque querem que reflita sobre o que eles estão passando naquele momento — completa Blat.
Experiências
O capítulo estrelado por Caio e Luisa é o segundo dos quatro previstos. Tudo foi feito remotamente: os atores foram responsáveis pelas marcações, iluminação e até filmagens, enquanto a equipe técnica coordenava por videochamadas. Como toda a produção se passa na casa de Luisa, a atriz conta que a experiência de Amor e Sorte foi sair da "zona de conforto", porque precisou abrir mão da privacidade.
— Foi muito radical. Cada um mora na sua casa. Eu e o Caio não vivemos juntos o tempo inteiro, mas filmando foi assim. Na hora da refeição, ficava eu e ele jantando, em um jantar romântico, e depois voltava toda equipe remotamente no maior agito — lembra Luisa.
Toda a função de trabalhar com a parte técnica foi um "intensivão" de audiovisual para Luisa. Além de namorarem, os dois têm uma parceria de três anos no teatro. Para a diretora artística Patrícia Pedrosa, o casal deu muito certo na execução do projeto:
— Foi incrivelmente fácil gravar com a Luisa e o Caio porque eles sabem muito e são atores muito experientes. Isso foi fundamental para que o projeto desse certo. Eles sabem tudo, são diretores, autores, atores e ainda fazem uma câmera incrível. Desde o primeiro dia de teste, sabia que tudo daria certo. Dia após dia, os dois foram incansáveis.
Amor e Sorte
Além do segundo capítulo estrelado por Caio e Luisa, Amor e Sorte tem seu episódio de estreia com Taís Araújo e Lázaro Ramos. Com texto de Alexandre Machado (de Os Normais), eles trazem o questionamento das ideologias pré-quarentena e sua existência – ou não – durante a pandemia.
Já no terceiro episódio, Emilio Dantas e Fabiula Nascimento protagonizam a história de um casal que caminha para o divórcio quando o isolamento começa, com texto assinado por Jô Abdu e Adriana Falcão.
Para fechar a temporada, o quarto episódio promete surpreender o público em cenas protagonizadas por Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, interpretando mãe e filha que precisam lidar com o isolamento e seus fantasmas do passado. O texto é de Antônio Prata, com parceria de Chico Mattoso, Fernanda Torres e Jorge Furtado. O episódio conta com a direção de Andrucha Waddington, marido de Fernanda e um dos grandes nomes do audiovisual brasileiro.