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Conheça três empreendedoras que driblam a crise com criatividade
Mesmo em tempos de crise, é possível se reinventar e seguir no mercado
Em meio à incerteza do cenário atual, sabemos que muitos setores da economia foram prejudicados. Alguns comerciantes fecharam as portas de forma definitiva, mas outros se reinventaram. Como a minha intenção é mostrar histórias inspiradoras por aqui, conversei com três mulheres empreendedoras que, mesmo durante a pandemia, seguem firmes na retomada.
De olho nas redes sociais
Tatiana Padilha, 40 anos, proprietária da estética Coleraux, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, também enfrenta o abre e fecha do comércio sem parar de pagar pelo aluguel do seu espaço. A estratégia foi investir no contato pelas redes sociais com a clientela:
— Durante o tempo em que fiquei com a estética fechada, enviava mensagens para as minhas clientes e oferecia atendimento em domicílio. Além disso, passei a vender produtos para cabelos. Tudo com muita divulgação nas redes sociais, o que ajudou bastante.
Clientes fiéis
Sobre a retomada, Tati afirma que o momento ainda é bastante complexo.
— Muitas clientes mais maduras não estão saindo de casa. Outras ficaram desempregadas, então, o movimento caiu cerca de 20% a 30% — desabafa a profissional, que acabou perdendo algumas clientes eventuais, aquelas que entravam em seu salão, que funciona no mesmo endereço há dois anos, ao verem as promoções expostas na fachada.
— Quem está me ajudando a manter o meu negócio aberto são as minhas clientes mais antigas, que me conhecem e sabem que sou determinada. Sigo todas as recomendações e tomo todos os cuidados para evitar qualquer tipo de contaminação — finaliza.
Aposta na loja virtual
Victória Cândido, 22 anos, é proprietária de uma loja de roupas que leva seu nome, em Cachoeirinha, desde 2018. Com a pandemia, precisou mudar de endereço comercial para diminuir o valor do aluguel que pagava. Hoje, trabalha em parceria com a mãe, Sônia, e passou a investir em sua loja virtual.
— Já existia a vontade de ter uma loja online, estava trabalhando no desenvolvimento do site antes da pandemia. Quando houve a paralização, aceleramos o processo para colocar o site no ar o mais rápido possível — conta.
Cenário promissor
Victória afirma que, em março, com a loja física fechada e o site em processo de finalização, o que possibilitou o pagamento de suas contas foi a produção de máscaras. Agora, o cenário é outro: 90% das vendas são online e, desde junho, estão atendendo somente com horário marcado na loja física para garantir que, após cada atendimento, o local seja higienizado.
— A maioria já se acostumou com o novo formato. Estabelecemos uma relação de confiança por meio das redes sociais. O retorno está sendo bom, estamos migrando para o digital e acreditamos que, mesmo depois da pandemia, o online seguirá com força. Será um novo hábito! — aposta.
Do limão à limonada
Paula Weiss, 40 anos, proprietária da Confetti Festas, loja especializada em locação e venda de artigos para decoração, trabalha com eventos há 10 anos. Ela mora em Gravataí, mas abriu o espaço comercial em Novo Hamburgo em dezembro de 2019.
— Quando abrimos, imaginei que precisaria de fôlego para aguentar janeiro e fevereiro, pois são meses de férias. Imaginamos que o negócio ganharia força em março — explica.
Ideia inovadora
No entanto, o faturamento dos dois primeiros meses do ano superou suas expectativas. Porém, em março, foi obrigada a fechar as portas em função da pandemia.
No dia 24 de março, Paula comemorou seu aniversário sozinha. Mas, no final do dia, uma amiga foi até o portão de sua casa e a surpreendeu com um bolo, proporcionando um momento lindo, que, rapidamente, a fez ter uma brilhante ideia para o seu negócio. Foi aí que surgiu o Festa na Caixa.
— Criamos combos com artigos da loja (cestas com velas, balões, doces e bolos – estes feitos em parceria com confeitarias) para que as pessoas não deixem de fazer comemorações em casa. Foi um sucesso. A loja se tornou mais conhecida, e passamos a trabalhar de domingo a domingo — comemora.
Paula acredita que, mesmo com as regras de flexibilização do comércio, a venda online veio para ficar.
Dicas para empreender
Lívia Paim, professora dos cursos técnicos da área de Gestão & Negócios do Senac-RS, dá dicas para quem deseja se destacar no mercado mesmo durante a pandemia.
1) Defina o produto/serviço
— Pesquise e verifique a concorrência e o interesse dos clientes em adquirir o que você vai oferecer. Avalie o custo e o quanto estão dispostos a investir.
2) Organize-se
— Produção, distribuição e avaliação do cliente são os três pilares da organização. Você tem a chance para entregar o que prometeu no prazo e ainda surpreender o cliente.
3) Tenha um bom relacionamento com o cliente
— Utilize as redes sociais, publique, comente, compartilhe e procure interagir sempre com o seu cliente.
4) Seja acessível
— Quanto mais recursos utilizar para que as pessoas possam encontrá-lo, maior será sua captação de clientes.
5) Inove sempre
— Invista em promoções, descontos e novidades.