Noveleiros
Michele Vaz Pradella: Nem os gênios acertam sempre
Após críticas de atores de "Fina Estampa", Aguinaldo Silva saiu em defesa de sua trama
Há certas novelas que despertam sentimentos contraditórios. Fina Estampa (2011), por exemplo, exibida em edição especial desde o início da pandemia, conquistou grande audiência na primeira exibição, feito que se repete agora.
No entanto, uma declaração recente de Marco Pigossi, que viveu Rafael na trama, provocou discussões. O ator disse que a novela não deveria ser reprisada, pois há muitos problemas na história. Lilia Cabral, que viveu a Griselda, e Adriana Birolli, intérprete de Patrícia, fizeram coro ao colega, ainda que de forma sutil. O autor, Aguinaldo Silva, se mostrou ofendido e soltou farpas nas redes sociais.
Altos e baixos
Polemicas à parte, Fina Estampa não é a melhor novela de Aguinaldo. O autor teve grandes momentos, como Senhora do Destino (2004) e A Indomada (1997). Isso sem falar na coautoria de Tieta (1989) e Vale Tudo (1988). Mas também amargou a baixa repercussão de Suave Veneno (1999), Duas Caras (2007) e O Sétimo Guardião (2018). Esta última, inclusive, levou ao encerramento do contrato do autor na Globo.
Ninguém é obrigado a acertar sempre. Gloria Perez, autora de fenômenos como A Força do Querer (2017) e O Clone (2001), também escreveu América (2005), que foi alvo de muitas críticas. Depois de Avenida Brasil (2012), João Emanuel Carneiro teve pouco retorno com A Regra do Jogo (2015) e Segundo Sol (2018). Ou seja, os gênios também podem errar. Basta que saibam reconhecer isso com humildade.