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Marieta Severo lembra com carinho dos bastidores de "Laços de Família": "A gente se divertia muito"

Atriz celebra retorno da trama, no "Vale a Pena Ver de Novo"

17/09/2020 - 10h26min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Fábio Rocha / TV Globo/Divulgação
Marieta é a intérprete da adorável vilã de "Laços de Família"

A reprise de Laços de Família (2000), no Vale a Pena Ver de Novo, traz de volta uma daquelas vilãs que amamos odiar. Alma Flora Pirajá de Albuquerque (Marieta Severo) destila seu veneno, esbanja ironia e sarcasmo, mas nutre um amor profundo pelos sobrinhos, Edu (Reynaldo Gianecchini) e Estela (Julia Almeida), e pelo marido, Danilo (Alexandre Borges). Alma é um poço de contradições, e talvez seja por isso que se manteve viva na memória dos telespectadores. 

Em bate-papo animado, Marieta Severo relembra momentos de sua personagem, celebra a volta da trama de Manoel Carlos ao ar e destaca o prazer de ter acompanhado a estreia de Gianecchini e Juliana Paes, hoje, atores consagrados. Além disso, com 55 anos de carreira, a atriz admite que o pânico e a insegurança na hora de entrar em cena ainda a acompanham.

Cenas inesquecíveis com os novatos

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Edu é idolatrado pela titia

Laços de Família tem um leque vasto de cenas inesquecíveis, mas Marieta não hesita ao destacar seu momento favorito, que foi ao lado de Juliana Paes, na época, estreante em novelas:

— Lembro demais do momento em que minha personagem descobriu o caso do marido com a Rita. Fiz uma cena de peso com a Juliana. Tenho uma recordação muito nítida da minha tensão, porque era a primeira cena com muito texto que ela iria fazer. Eu precisava ampará-la, deixá-la à vontade. Eu já tinha 35 anos de carreira e me lembro perfeitamente do olhar de expectativa dela para aquele momento em cena comigo.

Outro novato na telinha, Gianecchini não teve vida fácil desde os primeiros capítulos. 

— Na primeira cena que eu fiz com Giane, ele tinha que falar um nome enorme – diverte-se Marieta. 

O tal "nome enorme" que complicou a vida do jovem ator era o de seu personagem: Eduardo Pirajá de Albuquerque Menezes. Difícil, não?

Desafio eterno

A veterana conta que o nervosismo em cena não é privilégio de atores iniciantes. Mesmo para quem tem décadas de carreira, estar diante das câmeras é sempre um desafio.

— A gente não só erra, como também fica em pânico. A gente está em pânico, mas aprende a trabalhar. Mas o pânico é constante, não passa, essa insegurança, isso faz parte. Eu estou aí há 55 anos, mas a gente aprende para poder brincar — afirma.

Personagem marcante

Alma foi causadora de vários conflitos durante a trama. Preconceituosa, não admitia o romance do sobrinho Edu com Helena (Vera Fischer), uma mulher 20 anos mais velha. Por conta disso, pode ser considerada a vilã da história. 

Jorge Baumann / TV Globo/Divulgação
Na trama, a ricaça é casada com o playboy Danilo

Marieta não defende as atitudes de sua personagem, pelo contrário: 

— A característica maior da Alma era a obsessão por aquele sobrinho. Ela tinha um amor absolutamente tóxico por ele. É uma palavra que, na época, a gente nem usava. É muito bom ver essas coisas que entram no nosso vocabulário, porque são novas consciências que criamos.

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Ju começou na carreira como a doméstica Rita

Das melhores lembranças da época das gravações de Laços de Família, a atriz destaca o clima alegre dos bastidores:

— Lembro de momentos da ficção, claro, mas o que eu lembro mais é da realidade, é da gente. Eu lembro do Giane e da Ju (Juliana Paes, intérprete da empregada doméstica Rita) começando, era um clima de trabalho muito gostoso. A gente se divertia muito em volta daquela mesa de jantar com o Alê (Alexandre Borges, intérprete de Danilo), a Ju servindo, toda enrolada. Lembro muito do nosso convívio.

Mãezona

Com 20 anos de carreira, Reynaldo Gianecchini e Juliana sempre reforçam a gratidão por tudo o que aprenderam com Marieta. O carinho é recíproco, conta ela, ao se derreter pelos "pupilos":

— O que eu sentia ali é que eram dois atores talentosos que vinham para estar na profissão de uma maneira respeitosa, séria, que vinham para ficar. Eu acompanho tudo o que eles fazem, acompanho meio como mãe. E eu tenho um enorme orgulho, mesmo, de cada trabalho, de vê-los crescendo, conquistando, do que passaram a ser, dois grandes atores.


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