Lute como uma mulher
Relembre oito mulheres empoderadas da teledramaturgia
No Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, confira algumas interpretações inspiradoras
Mais do que entreter, as novelas têm o objetivo de trazer à tona assuntos que precisam ser debatidos pela sociedade. Hoje (25), no Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, o Diário Gaúcho destaca algumas personagens da teledramaturgia brasileira, que são símbolos de coragem e determinação no combate às desigualdades e, até hoje, inspiram outras mulheres a lutarem por seus direitos mesmo em situações desafiadoras.
Jeiza tem a força
No ar na edição especial de A Força do Querer (2017), Jeiza (Paolla Oliveira) é uma policial militar, que trabalha no Batalhão de Ações com Cães e sonha em se tornar lutadora profissional de MMA. Vizinha do machista Zeca (Marco Pigossi), ela se envolve com ele, mas não permite que o namorado dê pitacos em sua vida. Cheia de garra e atitude, a personagem da trama de Gloria Perez levanta a bandeira do feminismo, luta por seus direitos e desejos e não admite que a obriguem a fazer o que não quer.
À frente do seu tempo
Ambientada na década de 1920, O Cravo e a Rosa (2000) apresenta a rígida sociedade paulistana. Na história de Walcyr Carrasco e Mário Teixeira, a valente Catarina (Adriana Esteves), se destaca por estar à frente de seu tempo e, ao longo da trama, questiona o papel imposto às mulheres naquele contexto. Ela vive um romance com Petruchio (Eduardo Moscovis), que acredita que a mulher deve apenas cuidar do lar. Em meio a uma abordagem bem-humorada sobre o amor do casal que vive às turras, assuntos relevantes – como o direito ao voto, igualdade de gênero e movimento feminista – são mencionados.
Contra o racismo
Em Da Cor do Pecado (2004), João Emanuel Carneiro conta a história de Preta (Taís Araujo), uma mulher sonhadora que luta contra o racismo e todas as armações da vilã Bárbara (Giovanna Antonelli). A maranhense não leva desaforo para casa: determinada a ser feliz ao lado do filho, Raí (Sérgio Malheiros), e do homem de sua vida, Paco (Reynaldo Gianecchini), Preta se mostra sempre disposta a conquistar os seus sonhos com muita humildade e verdade.
Empoderada
Griselda (Lilia Cabral), em Fina Estampa (2011), sustenta sozinha a família trabalhando como faz-tudo sem medo de pegar no pesado. Em uma reviravolta na história de Aguinaldo Silva, Pereirão ganha na loteria e abre sua própria empresa, empregando outras mulheres. Além disso, ela incentiva Celeste (Dira Paes) a tomar coragem e prestar queixa contra o marido, o violento Baltazar (Alexandre Nero).
Juntas por igualdade
Lado a Lado (2012), que se passa no período após o fim da escravidão no Brasil, gira em torno da sólida amizade entre Laura (Marjorie Estiano) e Isabel (Camila Pitanga), duas mulheres de classes sociais diferentes, que lutam por seus amores, desejos e independência. Na história de João Ximenes Braga e Claudia Lage, Laura é uma jovem branca e rica que, contrária aos costumes da época, questiona o papel social da mulher. Já Isabel é uma moça humilde, filha de um ex-escravo, e trabalha desde criança. Na trama, as diferenças entre as duas amigas abrem espaço para o debate sobre as lutas das mulheres, dos negros e das classes populares do Rio de Janeiro por igualdade.
Xô, preconceito!
Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, em Babilônia (2015), mostram a história de amor entre Estela (Nathalia Timberg) e Teresa (Fernanda Montenegro), mulheres bem-sucedidas, mas que reprimiram, por muitas décadas, sua orientação sexual. A união entre as duas possibilita o debate sobre sexualidade e preconceito contra uniões homoafetivas.