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"Vou subir outras escadas novamente, o samba tá aí e precisa da gente", diz Xande de Pilares, sobre primeiro DVD da carreira solo

Sambista carioca lança segundo volume do disco no dia 13 de novembro

06/11/2020 - 06h33min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Guto Costa

Gravado em 2019, no Rio de Janeiro, o DVD Xande de Pilares - Nos Braços do Povo - terá seu segundo volume lançado, nas plataformas digitais, no dia de 13 de novembro - o primeiro volume foi lançado em setembro. 

Com sucessos como Tá Escrito e Moleque Atrevido, além de faixas inéditas, como Brisa, o trabalho foi o último DVD gravado pelo sambista carioca no modelo "antigo", quando os shows ainda tinham lotação máxima, bem antes da chegada da pandemia de coronavírus no Brasil. 

Por áudio de WhatsApp, Xande falou sobre o trabalho, sobre sua relação com as lives e não teve papas da língua ao afirmar que não quer ficar cantando somente sucessos do Revelação, grupo que ele foi vocalista até 2014. Confira! 

Qual a sensação de lançar um disco gravado ao vivo, antes da pandemia, com uma multidão?

Foi a chance que tive de lançar o que foi registrado quando ainda podíamos contar com público. Ainda bem que consegui gravar um DVD no formato antigo, antes dessa onda que invadiu o nosso lugar. E ainda bem que sigo conectado com a música, abraçado com ela. Gosto de tocar, de cantar. Ainda bem que a live me deu a chance de tocar, de seguir cantando. 

Tuas lives, principalmente as que tu gravaste em comunidades do Rio, fizeram muito sucesso na internet, pois deram a chance de os moradores da comunidade te verem mais " de perto" (diversas pessoas conseguiam assistir ao show de lajes de suas casas). Como foi essa experiência pra ti?

Gosto muito de regravar coisas, gosto de experimentar músicas novas, para ver como ficam. E a live te dá essa liberdade, de experimentar. Geralmente, em um show no modelo antigo, você tem que cantar, basicamente, seus sucessos e você fica preso naquele modelo. Mesmo quando tudo voltar ao normal, torço para que as lives continuem, é onde damos uma relaxada, musicalmente falando.

Desde que tu saiu do Revelação (em 2014), tua carreira solo ganhou força, mas eu ainda noto que muita gente quer ver músicas do grupo nos teus shows. Como tu encara isso?

Quando decidi seguir carreira solo, pensei em escrever um novo livro, uma nova história. Embora eu tenha muito orgulho da minha história no Revelação, que tem como vocalista, hoje, o meu sobrinho (Jonathan Alexandre, conhecido como Mamute), a coisa tinha que andar. Quando a gravadora me pediu para regravar sucessos do grupo, eu disse que tínhamos que mostrar uma nova história, coisas novas. O Revelação segue forte, mas aqui é outra história. Vou subir outras escadas novamente, o samba tá aí e precisa da gente. 

O repertório foi escolhido a dedo, com sucessos de tua carreira solo e alguma coisa do Revelação. Como foi essa seleção?

Tem muita coisa que gosto de ouvir e regravar. Por exemplo: dei uma nova roupagem para Doida, do Seu Jorge, e convidei o Pretinho da Serrinha (um dos compositores da faixa), para gravar comigo. Da mesma maneira, gravei Moleque Atrevido e convidei Jorge Aragão. Fiquei muito feliz com o resultado.

Um dos teus clássicos, Tá Escrito, entrou no repertório do disco Ofertório, que rodou o Brasil, em 2019, com Caetano Veloso e seus filhos. Ter uma música gravada por ele mudou o alcance da canção, tu achas? 

Sabe que eu acho que não? Pois, quando a música é boa, todo mundo quer cantar. Me considero iniciando minha carreira, em comparação a estres mestres. Mas, claro, ver o Caetano cantando essa música foi gratificante e emocionante. 




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