Diferentemente do que ouvimos por aí, vagina não é sinônimo de órgão genital feminino. A questão é: como vamos ter intimidade com algo que chamamos até pelo nome errado? O termo correto é vulva – vagina é só uma das estruturas que compõem a região íntima. 

Decidimos trazer à tona um assunto milenar e,  infelizmente, pouco debatido ainda nos dias de hoje: a região genital feminina. 

De forma geral, a vulva é toda a área externa da genitália (a parte visível), e a vagina é o canal interno, que vai até o colo do útero. A vulva compreende os grandes e os pequenos lábios, o prepúcio (camada que envolve o clitóris), o clitóris, o púbis (parte superior e protuberante onde ficam os pelos pubianos), a abertura da uretra (por onde sai a urina) e a abertura que leva à vagina. 

Leia outras colunas

Insatisfação

Uma pesquisa recente — feita pelas empresas Nielsen Brasil, a Intimus e a Troiano Branding com 398 mulheres de 16 a 45 anos das regiões Sul, Sudeste e Nordeste —  aponta que 68% das entrevistadas dizem ter alguma insatisfação com a genitália. Além disso, 15% das participantes não olham para ela diariamente, 25% não costumam tocá-la e 50% delas confundem a imagem da vulva com o da vagina.

As mulheres não olham e não tocam sua região íntima, como se nem tivessem esse direito, e, aí, rejeitam seu órgão sexual antes mesmo de entender como funciona.

Se desde a infância elas não fossem tão podadas cada vez que tocassem nos seus genitais, ou melhor, se o autoconhecimento fosse estimulado – como feito com os meninos –, quem sabe as mulheres tivessem mais intimidade com seu prazer. Sim, autoconhecimento tem muito a ver com a saúde.