Música
"Tenho vontade de gravar em espanhol", diz Luan Santana, que lança clipe com pegada latina
Cantor, que convidou modelo norte-americana para clipe de Morena, anuncia pretensão de carreira internacional
Que Luan consegue se manter no auge há 13 anos, desde que estourou com o hit Meteoro, não é novidade para quem acompanha o mundo da música sertaneja. Mas, em plena pandemia de coronavírus, que já se estende por mais de 15 meses, o cantor sul-mato-grossense surpreende como novo contratado da gravadora Sony Music e ainda alça voos internacionais.
Seu primeiro lançamento após ser contratado pela gigante do mercado fonográfico ocorreu no dia 17: o hit Morena, com produção musical de Lucas Santos. Para o clipe da nova canção, que já tem mais de 14 milhões de visualizações no YouTube, gravado nas ruas de São Paulo, ele convidou a modelo e DJ norte-americana Natalía Barulích, 27 anos, que também é influenciadora digital e ex-namorada do cantor colombiano Maluma. Ela fez uma participação especial no clipe de um dos maiores hits do artista, Felices Los 4.
Preparação
Com roteiro cinematográfico, o clipe de Morena traz o cantor no papel de um detetive policial, que tem um caso de amor com uma colega de trabalho, interpretada por Natalía. Para as cenas, Luan teve uma preparação toda especial: fez aulas de teatro e assistiu a filmes de ação que lhe serviram de inspiração, como Colateral (2004), estrelado por Tom Cruise:
- E ainda tive que aprender como pegar em uma arma, nunca tinha feito isso.
A produção foi dirigida por Bruno Llogti, da produtora O2 Filmes, responsável por clipes de nomes como Anitta e da cantora norte-americana Fergie. Antes do lançamento, a canção teve uma ampla estratégia de marketing, com banners digitais e outdoors espalhados pelos principais pontos de Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro e em São Paulo, mais precisamente, na Estação da Luz, um dos pontos mais movimentados da capital paulista.
Sem dramas nem rancores
Sobre a escolha da norte-americana para estrelar o clipe ao seu lado, Luan explica que, como a produção tem uma pegada sensual, ele queria que a protagonista tivesse experiência em vídeos. O cantor chegou a convidar a campeã do BBB 21, Juliette Freire, para gravar, mas ela não topou o convite. Experiente, com jogo de cintura e sem dramas, Luan diz que entende a recusa.
- Ela é demais. Uma pessoa incrível. Tem projetos incríveis e, depois que falou tudo, eu disse: "Ju, você tem toda razão. Se fosse eu no seu lugar, faria a mesma coisa - conta.
Luan disse ainda que ficou muito satisfeito com o desempenho da norte-americana.
- Além de sexy, é um clipe tenso, com surpresas no final. Tinha que ser uma pessoa experiente com as câmeras, que fizesse caras e bocas, expressasse bem os sentimentos que o clipe pedia. Uma pessoa que manjasse o lance dos filmes de ação. E ela foi bem demais - elogia.
Solteiro?
Durante a coletiva de lançamento do projeto, é claro, rolou o questionamento sobre o status de relacionamento do romântico, e cobiçado, Luan. Em 2020, ele e a estilista Jade Magalhães anunciaram o fim da relação de 12 anos.
- Estou bem tranquilo, feliz e focado nos meus projetos - resume o artista, discreto no que diz respeito à vida íntima.
Carreira internacional
A exemplo de nomes como Claudia Leitte, Anitta e Ivete Sangalo, Luan começa a dar os primeiros passos no rumo da carreira internacional. Em canções como Acordando o Prédio, um dos seus mais recentes hits, ele diz que já flertava com ritmos latinos, como o reggaetown.
- Eu vim desse mundo (sertanejo), mas sempre defendi a tese de que precisamos inovar. Desde o começo da minha carreira, ouço muito reggaetown, ouço bastante música africana também. Gosto de música dançante, sensual, quente e quis trazer isso para o clipe de Morena - explica.
Hoje, ele defende que, para ganhar destaque fora do país, o artista precisa começar cantando em espanhol. De quebra, afirma ainda que vai incorporar outros gêneros ao seu sertanejo.
- Quero que, quando eu cante em outra língua, fique natural. Tenho vontade de começar gravando em espanhol, pois estou estudando. Mas me garanto em inglês. Porém, o espanhol é algo um pouco mais próximo da gente (brasileiros) no estilo de música, de fazer clipe, de trabalhar. O artista sou eu, tenho minha história, mas ela se ramifica. Quando tem coração na música, você grava em qualquer idioma - afirma Luan.
"No começo da pandemia, eu não estava conseguindo compor"
Como você tem passado por esse período de pandemia? Fora a questão de não poder fazer shows presenciais, o que mais o afetou neste momento?
Se eu dissesse que não me afetou, estaria mentindo. No começo da pandemia, eu não estava conseguindo compor, parecia que tudo estava muito estranho, que não valia a pena escrever. Eu pensava: "Por que vou escrever sobre amor se todo mundo está sofrendo tanto?". Depois, passei a assimilar um pouco melhor tudo o que estava acontecendo, e as coisas melhoraram.
Morena é uma música dançante, agitada, ideal para cantar para grandes multidões. Qual o sentimento de não poder subir em um palco agora para lançá-la?
Quando produzimos essa música, que está pronta há uns dois anos, pensamos no povo apertado, abraçado, uma energia boa demais. Tenho uma saudade imensa do palco. A pandemia me atrapalha, ultimamente, mais na saudade dos palcos do que na hora de compor, graças a Deus. Mas acredito que essa música terá uma recepção incrível nos palcos quando todos estiverem vacinados.
Você já teve diversos estilos desde que estourou para o grande público. Enxerga essas mudanças?
Sabe que a sensação que tenho é de que as pessoas me conhecem há muito tempo, por isso enxergam desta maneira. Estourei há 13, 14 anos, e todo mundo acompanhou meus passos, desde o tempo em que eu era magro e tinha cabelo arrepiado (risos). Fico feliz, sempre consegui definir as fases dos meus grandes ídolos. Por exemplo, o Elvis Presley (1935 - 1977), que é minha grande referência, você define as fases só de olhar para ele. No começo da carreira, quando ele foi para o Exército, quando foi para a televisão, no fim da carreira. Você consegue enxergar vários Elvis dentro dele mesmo.
Se as pessoas conseguem enxergar as minhas fases, isso me deixa muito feliz. Hoje, sou um Luan mais maduro, que sabe o que quer, sabe o que está fazendo e sabe o que passará para as pessoas.
Falando em Elvis, ele também atuou no cinema. É um sonho seu, há algo em vista?
Prefiro guardar surpresas, mas será incrível. Penso muito no cinema há bastante tempo. Me vejo atuando, acho que é uma extensão da minha arte. Temos um plano bem encaminhado, mas ainda é surpresa.
Em tempos de exposição nas redes sociais, lemos comentários que dão conta de que você teria feito o procedimento de harmonização facial, pois está com o rosto um pouco diferente. Fez?
Sou a favor de que as pessoas façam as coisas para se sentirem bem, mas não fiz. Mexer no rosto é delicado. Eu emagreci muito. Mas, se todo mundo está falando que eu fiz, e não fiz, é porque o "trem" está harmônico.
Se, hoje, você pudesse dar um conselho para o Luan Santana há 13 anos, qual seria?
Eu falaria para ele não se preocupar com os comentários que não agregam, pois tudo passa, e ele provaria que todo o trabalho é consistente.