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Nenhum de Nós celebra 35 anos de sucesso com live neste sábado

Grupo, na apresentação, além de hits, trará canção inédita

28/08/2021 - 12h47min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Tania Meinerz / Divulgação
Live será neste sábado, às 21h

Dezenas de participações no Planeta Atlântida, sucesso nacional, fãs em todo o país, fábrica de hits. Esta é a descrição de uma grandes bandas da história do rock gaúcho: Nenhum de Nós, que celebra 35 anos de carreira em outubro de 2021. O quinteto dá a largada para a celebração neste sábado, com uma live, mas promete novidades ao longo dos próximos meses. 

Neste especial, confira detalhes da apresentação, que trará uma canção inédita, e relembre momentos importantes da banda, que foram destacados por seus integrantes em entrevistas exclusivas. No momento em que a pandemia se aproxima do fim, e o mundo começa a apresentar ares de normalidade, é fundamental celebrar o sucesso de uma banda gaúcha, que levou seu rock para o Brasil todo, mesclou elementos locais em sons autorais e nunca perdeu sua identidade.

Largada para a comemoração

Com mais de dois shows presenciais, ao longo de mais de três décadas de carreira, o Nenhum de Nós fará, neste sábado, às 21h, uma live diferente, com vendas de acesso para a transmissão pela plataforma CuboPlay (confira mais detalhes na página ao lado).

- É um formato diferente, não é aquela coisa de YouTube. Em função de ser uma plataforma em que as pessoas pagam um valor, elas se comprometem mais, programam, estabelecem uma relação muito próxima do que se tinha com o show presencial. Estamos tratando essa live com um aspecto de celebração, e isso acaba dando um tratamento diferente, como se fosse um show à moda antiga - afirma Thedy Corrêa, vocalista da banda.

Hits e novidade

No repertório, que passeia pelos 35 anos do grupo, os gaúchos, em cerca de uma hora e meia, lembram hits dos seus 17 discos, três DVDs e dois EPs, como Paz e Amor, Você Vai Lembrar de Mim, Camila, Camila, Astronauta de Mármore, Amanhã ou Depois e Julho de 83. 

- Porém, essa duração (da apresentação) vai depender do momento e do astral da celebração. O show vai percorrer os 35 anos de música do grupo e ainda apresentar novidades, como uma canção inédita - adianta Thedy. 

"Quando a gente olha pra trás, enxerga uma carreira muito digna"

Em entrevista ao DG, Thedy Corrêa fala sobre a noite deste sábado, como a banda vê a retomada dos shows e a expectativa de lançamentos para celebrar a data com mais música.

Como vocês estão vendo essa retomada dos shows? 

Vejo que algumas coisas estão andando, eventos ao ar livre e com público reduzido, por exemplo, sempre priorizando a segurança das pessoas. Acho que, devagar, a coisa está andando. Especificamente no Rio Grande do Sul, muito pelo avanço da vacinação, as pessoas estão, aos poucos, retomando uma tranquilidade para saber que podem ir a determinados eventos, com a consciência de que têm que tomar cuidado e, claro, e usar máscara. 

O Nenhum de Nós nunca parou, sempre teve uma produção muito ativa. Trinta e cinco anos é muita coisa, principalmente no mercado brasileiro.

Chegar aos 35 anos é um ciclo muito legal. Quando a gente olha para trás, enxerga uma carreira muito digna. Nunca paramos, sempre tivemos uma produção forte, abastecendo o público com lançamentos.

Antes do começo da pandemia de coronavírus, vocês estavam sempre na estrada, viajando, com shows em todos os finais de semana. Como foi este período sem apresentações presenciais?

Por tudo isso que aconteceu nesse último um ano e meio, nosso momento foi mais de reflexão. Eu definiria que tive um olhar reflexivo e preciso muito valorizar isso.

Sem dúvida, o lançamento de Camila, Camila foi um dos momentos mais marcantes da banda. O tema da canção, relações abusivas, é muito debatido hoje em dia, mas era pouco falado nos anos 1980, tanto que nem todo mundo entendia o tema da faixa.

É verdade. Mas, quem passou por alguma situação abusiva, de violência, identificava do que a música tratava na hora, por conta de alguns trechos da letra. E a própria descrição de vários versos, como “às vezes, peço a ele que vá embora”, deixava bem claro do que estávamos tratando, para quem já tinha passado por uma situação de abuso.  

 

Como é planejar as comemorações para os 35 anos com esta situação em que vivemos atualmente? 

Temos uma série de coisas que estamos planejando, com produtos associados à nossa história, como já fizemos em outras vezes. Nos 30 anos, por exemplo, lançamos nossa biografia. Temos algumas coisas programadas, teremos surpresas, discograficamente falando, mas a gente evita fazer projeções. Enquanto as coisas não voltarem a uma certa normalidade, não é nem positivo projetar alguma coisa. 

Com a palavra, os músicos

Thedy Corrêa, vocalista:

"O lançamento de Camila, Camila (no primeiro disco, que leva o nome da banda, de 1987), que foi nossa primeira música de sucesso, foi fundamental. Mostrou como a gente pensava e pensa música até hoje, propondo reflexão e trazendo temas que nem sempre são associados ao sucesso, como no caso desta música, que fala de uma relação abusiva e que virou um grande sucesso.

"A gravação do Acústico – Ao Vivo 1 (1994). É daquelas coisas da vida... Tínhamos a ideia de fazer um show no Theatro São Pedro, mas estava difícil, pois (a organização do espaço) não queria aquela coisa de show de rock, volume alto e tal. Naquela época, a gente tinha assistido a um acústico do REM, que nunca foi lançado em DVD ou algo assim, e pensamos: “Vamos fazer isso”. Aquilo virou um divisor de águas, pois o Nenhum de Nós sempre foi uma banda de rock e, a partir do disco Estraño (1990) e do Acústico, a gente ganhou uma pegada de folk rock, com predominância de instrumentos acústicos. 

"O disco Mundo Diablo, de 1996, foi um ponto importante da virada, pois, naquela época, muita gente achava que o Nenhum não tinha mais capacidade de produzir sucesso. E Vou Deixar que Você Se Vá (principal hit do álbum) tocou no país inteiro. 

"Depois, veio o disco Paz e Amor, de 1998, que estourou Você Vai Lembrar de Mim, que está no Top 3 de sucessos da banda. Quando todo mundo achava que teríamos dificuldades, veio o Histórias Reais, Seres Imaginários, de 2001, que estourou Amanhã ou Depois no país inteiro. Aliás, este disco é um dos meus prediletos."

"E, claro, o lançamento do Acústico – Ao Vivo 2, em 2003, no Theatro São Pedro. No primeiro, ainda não tinha DVD, não tinha imagem. O segundo veio com o DVD, com um resultado muito bom para a história da banda. "

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O Acústico 2: marco na história da banda

Veco Marques, guitarrista:

"Destaco as misturas que a gente fez ao longo do tempo, em busca do melhor resultado sonoro, que é uma marca da banda. Além dos instrumentos tradicionais – como guitarra, baixo e bateria – incorporamos o acordeão do João Vicenti, eu com instrumentos como banjo, para colocar num caldeirão e chegar no resultado final, que é a identidade da banda.

Carlos Stein, guitarrista:

"Esses 35 anos têm muitos significados. Nunca imaginaríamos que a banda poderia durar tanto tempo. O que pauta esse período não é esse um ano e meio de pandemia, mas todo o tempo que a gente cresceu junto. Destaco o EP Feito em Casa (lançado em 2020 e feito a distância pelos músicos, cada um em sua casa), que nos mostrou um pouco da nossa ótica de cumprir à risca as determinações de distanciamento, por exemplo."

TE PROGRAMA!

- O quê: live do Nenhum de Nós

- Quando: neste sábado, às 21h.

- Onde assistir: na plataforma CuboPlay (www.cuboplay.com.br).

- Quanto: ingressos a R$ 30, à venda no site da plataforma.

- Como assistir: ao ingressar no site da plataforma, basta selecionar o show do Nenhum de Nós na programação, preencher o cadastro e, então, comprar o acesso. Mesmo que o consumidor não possa ver ao show neste sábado, poderá assisti-lo até o dia 5 de setembro.





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