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Herson Capri celebra volta ao palco: "A vida não existe sem arte e cultura"

Ator estrela a peça "A Vela", que será transmitida virtualmente em outubro

29/09/2021 - 09h32min

Atualizada em: 29/09/2021 - 09h44min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Caio Gallucci / Divulgação
Em cena, como um pai homofóbico

Que tal ir ao teatro sem sair de casa? Desde o início da pandemia, em março de 2020, espetáculos e shows online se tornaram mais comuns, afinal, é mais seguro conferir manifestações artísticas sentado no sofá, não é?

De 9 a 31 de outubro, a boa pedida é a peça A Vela, estrelada por Herson Capri e Leandro Luna. Com temas polêmicos e atuais, conta a história de Gracindo, um professor que rompe relações com o filho gay. Solitário após a morte da esposa, resolve se mudar para um asilo, e essa mudança o coloca frente a frente com o herdeiro, a quem expulsou de casa por conta de sua orientação sexual. 

Leandro Luna é Cadú, que também atende por Emma Bovary. Ao ajudar o pai a empacotar suas coisas, depara com preconceito, mágoas e intolerância. 

Caio Gallucci / Divulgação
Estrela peça online ao lado de Leandro Luna

Em bate-papo com o DG, Herson Capri, 69 anos, conta um pouco sobre a peça, os planos para a retomada e os novos protocolos impostos pela pandemia.

Adaptação

Não são apenas as apresentações que são feitas de forma online neste novo teatro pandêmico. Herson explica que desde os ensaios, os cuidados foram redobrados:

– A dificuldade maior de adaptação se deu em função dos ensaios online. Ensaio presencial é muito mais produtivo, e o teatro precisa da relação direta entre os atores e com a direção. Mas acho que conseguimos um bom resultado. É um momento que requer novos modelos de trabalho.

O desafio de interpretar um homofóbico não assusta Herson, que destaca a importância do tema nos tempos atuais:

– Toda a arte tem essa função, abrir as cabeças para o acolhimento do novo e das diferenças. A ideia nesta peça é exatamente essa. Botar os preconceitos na linha de frente das discussões. Os preconceitos têm sido um dos mais fortes fatores de atraso do desenvolvimento humano. E a arte existe para combater esse atraso. 

"Arte é resistência", já dizia o saudoso Paulo Gustavo (1978 – 2021). Herson faz coro a essas palavras e defende a importância da cultura:

– Precisamos retomar aquela importância que sempre demos às artes e à cultura. Na parte financeira, nas questões estruturais, nas intenções e no foco. A vida não existe sem arte e cultura. E vice-versa. Um país sem cultura é um país sem personalidade.

Saudade

Paulo Belote / TV Globo/Divulgação
Como o vilão Aziz, em "Órfãos da Terra"

Longe da telinha desde que viveu o vilão Aziz em Órfãos da Terra (2019), Herson revela que não faltam convites e sempre bate aquela saudade da rotina de gravações:

– Tenho recebido vários convites para séries. Mas com a persistência da pandemia, a maioria já foi adiada algumas vezes. Já existe até uma preocupação com esse acúmulo de séries adiadas. Daqui a pouco, se a pandemia der um refresco, corremos o risco de termos muitas séries sendo gravadas ao mesmo tempo. Na verdade, o que eu sinto falta mesmo é do ritmo de trabalho. Do processo do ator, ler, entender, aprofundar, pesquisar as frases e as palavras, ajustar intenções e ritmos. 

SERVIÇO

/// O quê: peça virtual A Vela, com Herson Capri e Leandro Luna

/// Onde assistir: no site eventim.com.br

/// Quanto: R$ 10, à venda no site Eventim

/// Quando: de 9 a 31 de outubro, sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h


Está curioso para saber por onde andam alguns ídolos que sumiram da telinha? Então, mande sua sugestão de reportagem para michele.pradella@diariogaucho.com.br


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