Legado
"Vale Tudo", "Dancin' Days" e mais: 10 novelas de Gilberto Braga que marcaram época
Dramaturgo morreu nesta terça-feira, aos 75 anos
A crítica social afiada era marca registrada de um projeto assinado por Gilberto Braga. Aos 75 anos, o autor de grandes sucessos da dramaturgia brasileira, como Vale Tudo e Dancin' Days, morreu nesta terça-feira (26) devido a uma infecção sistêmica, mas deixará um legado de produções para as futuras gerações.
Suas tramas eram conhecidas por vilões inesquecíveis e que eram acompanhados por milhões de brasileiros. Ao mesmo tempo, sua preocupação sempre foi questionar o caráter das pessoas e a forma como a sociedade brasileira encarava valores como honestidade e confiança.
Considerado um discípulo de Janete Clair (de novelas como Pecado Capital e Selva de Pedra), Braga fez seu primeiro trabalho para a Globo em 1972, com A Dama das Camélias. Desde seu primeiro grande sucesso, Escrava Isaura, o dramaturgo se destacou por um estilo de diálogos que considerava sempre quais atores iriam interpretar os papéis, para extrair o melhor deles em cada cena.
Abaixo, GZH recupera 10 folhetins de Braga que marcaram época. Confira:
Escrava Isaura (1976)
Com apenas 31 anos, Braga adaptou a obra homônima de Bernardo Guimarães para a telinha e garantiu seu primeiro sucesso. Estrelado por Lucélia Santos e Rubens de Falco, o folhetim foi um dos mais exportados da Globo, com exibições em países como Suíça e Itália.
- Disponível no YouTube.
Dona Xepa (1977)
Adaptação de uma obra teatral homônima, a novela narrava a história de uma popular feirante, vivida por Yara Cortes, que fazia de tudo para criar os filhos. Exibida no horário das 18h, a obra obteve o melhor desempenho de audiência da faixa até então e alavancou Braga entre os dramaturgos da emissora – o que lhe garantiu a ascensão para o horário das 20h.
- Indisponível no streaming.
Dancin’ Days (1978)
A febre da música disco tomou a trilha sonora e os personagens desta novela, que era norteada pela rivalidade de duas irmãs: a ex-presidiária Júlia Matos (Sônia Braga) e a socialite Yolanda Pratini (Joana Fomm). Acusada de atropelar e matar um guarda noturno, Júlia é condenada a 22 anos de prisão e, ao conseguir liberdade condicional na metade da pena, luta para conquistar seu espaço.
- Indisponível no streaming.
Anos Dourados (1986)
Inspirado no instituto de educação em que passou a infância, Braga narrou histórias de amor e conflitos familiares, tendo como cenário o Rio de Janeiro durante o governo de Juscelino Kubitschek. A minissérie mostra a luta de Lurdinha (Malu Mader) e Marcos (Felipe Camargo) para ficarem juntos, mesmo vindo de classes sociais diferentes.
- Indisponível no streaming. Globoplay tem uma versão em filme da mesma trama.
Vale Tudo (1988)
A trama de Vale Tudo acompanha Maria de Fátima (Gloria Pires), ambiciosa jovem que vende a única propriedade da família e foge para o Rio de Janeiro com o sonho de ser modelo. Raquel (Regina Duarte) vai atrás da filha golpista e acaba se apaixonando por Ivan (Antonio Fagundes), sobrevivendo da venda de sanduíches na praia. Ao mesmo tempo, ela tenta entrar para a família Roitman, cuja matriarca, Odete (Beatriz Segall), marcou época com seus comentários afiados sobre a cultura do brasileiro.
- Disponível no Globoplay.
O Dono do Mundo (1991)
Retomando a temática de Vale Tudo, o autor trata da questão da dignidade e da cidadania no Brasil contemporâneo. Felipe (Antonio Fagundes) é um cirurgião que aposta com o seu funcionário que levará a noiva dele para a cama. Ao engravidar dele, ela decide se vingar do homem.
- Indisponível no streaming.
Celebridade (2003)
A busca pela fama foi o foco da trama estrelada por Malu Mader e Claudia Abreu. As duas têm uma série de embates, com Laura (Claudia) tentando superar Maria Clara (Malu), que é uma empresária de sucesso. O que motiva o ódio de Laura pela patroa é ela ser filha da verdadeira musa da canção que fez de Maria Clara uma mulher rica e famosa, enquanto ela e a mãe amargaram uma vida miserável.
- Disponível no Globoplay, em versão compacta do Vale a Pena Ver de Novo.
Paraíso Tropical (2007)
Indicada ao Emmy Internacional, a novela aborda alguns temas clássicos dos folhetins, como a cobiça e o amor, sob a ótica dos diversos estratos sociais que convivem no bairro carioca de Copacabana. No elenco, Alessandra Negrini, que vive as gêmeas Paula e Thaís, e Tony Ramos, no papel do empresário Antenor Cavalcanti.
- Disponível no Globoplay.
Insensato Coração (2011)
As escolhas amorosas e os conflitos familiares são centrados no caso de Pedro (Eriberto Leão) e Marina (Paolla Oliveira), que são surpreendidos por uma paixão avassaladora que irrompe no primeiro capítulo, durante o sequestro do avião em que viajam.
- Disponível no Globoplay.
Babilônia (2015)
Beatriz (Gloria Pires), Inês (Adriana Esteves) e Regina (Camila Pitanga) são três mulheres entrelaçadas por um crime e têm suas vidas pontuadas a partir disso. Dividida em duas fases, 2005 e 2015, a trama mostra a ascensão de Beatriz, a frustração de Inês e a integridade de Regina.
- Disponível no Globoplay.