Com 32 votos
Fernanda Montenegro é eleita imortal da Academia Brasileira de Letras
Aos 92 anos, a atriz ocupará a cadeira de número 17 da instituição literária
A atriz Fernanda Montenegro agora é uma imortal. Aos 92 anos, a artista foi eleita, na tarde desta quinta-feira (4), para ocupar a cadeira de número 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ela recebeu 32 votos favoráveis dos acadêmicos, enquanto dois foram em branco.
De acordo com o G1, Fernanda não esteve presencialmente no local, já que, por norma da ABL, candidatos não podem participar da sessão, que teve início às 16h. A honraria é concedida a 40 integrantes com grande relevância em suas áreas de atuação.
Em sinal de respeito à atriz, ninguém quis concorrer com ela à cadeira 17, vazia desde a morte do diplomata, escritor e político Affonso Arinos de Mello Franco, em 2020. A atriz oficializou sua candidatura em 6 de agosto.
O fenômeno Fernanda Montenegro
Uma das mais aclamadas atrizes brasileiras, Fernanda Montenegro já chegou a ser celebrada até mesmo por Carlos Drummond de Andrade:
"Ela não se preocupa somente em elevar ao mais alto nível sua arte de representar, mas insiste igualmente em meditar sobre o sentido, a função, a dignidade, a expressão social da condição de ator em qualquer tempo e lugar".
Em 2019, para comemorar 90 anos, a atriz publicou suas memórias no livro Prólogo, Ato, Epílogo. Na obra, ela fala não apenas de sua trajetória pessoal, que começou nos palcos na década de 1950, mas também sobre suas visões a respeito do Brasil.
A primeira peça de Montenegro foi Alegres Canções na Montanha, em 1950. Mas sua carreira se espalharia por dezenas de novelas e filmes, para além do teatro.
A Falecida (1965), de Leon Hirzsman, foi seu primeiro grande trabalho no cinema. O mesmo diretor a escalaria também em Eles Não Usam Black-Tie (1981). Mas foi em Central do Brasil (1998), de Walter Salles, que Fernanda se consagrou e quase ganhou o Oscar de melhor atriz. Outras aparições memoráveis foram nos filmes O Auto da Compadecida (2000), de Guel Arraes, e A Vida Invisível (2019), de Karim Aïnouz.