Composições eternas
Marília Mendonça tem quase cem canções registradas que não foram gravadas
Catálogo analisado pelo g1 mostra que muitas músicas da artista não foram produzidas
A cantora Marília Mendonça registrou 98 músicas que não foram lançadas por ela nem por outros artistas que participaram das composições. As obras estão registradas no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), mas nunca foram produzidas. A sertaneja morreu aos 26 anos em um acidente aéreo em 5 de novembro.
Reportagem realizada pelo g1 catalogou e analisou todas as canções de Marília Mendonça, que totalizaram:
- 331 composições registradas no Ecad
- Deste total, 152 foram gravadas por outros artistas e são da época em que Marília era apenas compositora, entre 2012 e 2016
- 58 músicas foram escritas por ela mesma
- O g1 também analisou cada obra e encontrou 23 registros duplicados ou com nomes diferentes para a mesma composição
- As outras obras são as 98 que têm registro de composição, mas não do fonograma
O escritório da artista diz que está catalogando o material. Quase todas as canções gravadas comercialmente são de antes de 2017. Depois disso, Marília Mendonça deu uma pausa na escrita para se dedicar à carreira de cantora. Antes disso, a cantora tinha um alto volume de produção para outros artistas.
Produtividade
O compositor Juliano Tchula foi o coautor de quase todas as músicas escritas pela artista nesta fase. Ele e Marília Mendonça trabalharam juntos em um total de 224 canções.
Quase todos os grandes artistas sertanejos gravaram ao menos uma música deles: Henrique e Juliano, Jorge e Mateus, Gusttavo Lima, Zé Neto e Cristiano, Luan Santana, Cristiano Araújo, Matheus e Kauan, Lucas Lucco, Israel e Rodolffo, entre diversos outros.
A dupla Mendonça-Tchula também emplacou composições no forró, no brega e no pop, com artistas como Márcia Fellipe, Wesley Safadão, Joelma, Gabriel Diniz, Aviões do Forró, Solange Almeida e Claudia Leitte.
Outro compositor que muito trabalhou ao lado da cantora foi Renno Poeta, autor de músicas gravadas por Marília Mendonça, como Todo mundo vai sofrer e Esqueça-me se for capaz.
Ao g1, Renno fala sobre ter tantas músicas que não foram adiante:
— É normal. Claro que a gente, como autor, queria que tudo que produzisse fosse gravado. Mas nem sempre acontece — afirma o compositor.