Luta diária
"Mães do Brasil": especial da Globo destaca mulheres que são exemplos de resistência durante a pandemia
Gaúcha Liane Pereira é uma das entrevistadas do programa que tem exibição nesta quarta-feira
Viver à margem da sociedade é uma luta diária na vida da gaúcha Liane Pereira. Aos 38 anos, a mãe de seis filhos precisa batalhar para sustentar a casa na comunidade Vila Esperança, em Montenegro, a 60 quilômetros de Porto Alegre. A história dela e de outras cinco mães, exemplos de resistência, estão em Mães do Brasil, especial que vai ao ar nesta quarta-feira (1º), logo após Um Lugar ao Sol, na RBS TV.
Coprodução inédita com Favela Filmes e KondZilla, em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), o programa mostra o sofrimento de mulheres das periferias diante da pandemia de coronavírus — e o quanto as redes de apoio foram fundamentais no período. Liane conta que o suporte de cestas básicas, cobertores, roupas e calçados recebidos por meio de uma organização social de sua vila foi fundamental para encarar a falta de dinheiro. Por isso, ela visualiza a participação em Mães do Brasil como uma forma de agradecimento.
— Por mais que a vida seja difícil, mesmo com as dificuldades que essas mães estejam passando, jamais devemos deixar de sonhar e, principalmente, nunca deixar de ser felizes. Tudo é aprendizado — conta Liane.
Os filhos são a base da vida da gaúcha e foi nesta relação que ela encontrou coragem para fugir de um casamento abusivo.
— Até os que são maiores de idade moram comigo e ainda temos uma relação de amizade, amor, carinho e cumplicidade, onde tudo é dividido, inclusive as emoções — reforça ela.
O especial da Globo apresenta entrevistadas que são agentes de mudança social. Também mãe de seis filhos, Elaine Torres vive na comunidade de Heliópolis, em São Paulo (SP), e inspirou a Cufa a criar o projeto Mães da Favela — fonte de histórias do programa. Ela atua na organização em diferentes projetos, assim como Eulária de Jesus, outra mulher que dá seu depoimento sobre como é se dedicar ao cuidado de cem crianças da comunidade de Paraisópolis, também em São Paulo.
O trabalho como ambulante também acaba sendo um ponto em comum de outros dois perfis retratados. Aline Souza, do bairro do Curuzu, de Salvador (BA), e Rosimeire Miranda, da comunidade do Hileia, em Manaus (AM), dedicaram-se ao ofício nas ruas para garantir o sustento de suas casas e seus filhos durante a pandemia.
Com um olhar revolucionário para o futuro, Loanda Rufino, de Nova Sepetiba, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), é apaixonada pela vida e acredita em um mundo melhor:
— Representar milhares de mulheres que vivem no sufoco até o fim do mês é um reconhecimento e traduz aquilo que estava engasgado, saindo da garganta. É uma sensação de alívio!