Chê! Uma peleia daquelas, mais feia do que briga de foice no escuro, aconteceu em um boteco lá no Alegrete. Era garrafada, cadeirada, dedo no olho, puxão de cabelo! Parecia um filme do tal cineasta Quentin Tarantino! 

Os brigadianos chegaram e levaram em cana os três camaradas que começaram a confusão. Eram dois norte-americanos e um gaúcho (só não me pergunte o que os estrangeiros faziam em um bolicho no Alegrete). 

No xilindró, para se exibir, em tom ameaçador, um dos americanos arregaçou a manga da camisa e mostrou uma baita cicatriz, um talho no braço, feito a facão, e falou: 

– Foi em 1984, Kansas City! 

O outro gringo não quis ficar para trás. Arregaçou a barra da calça e mostrou uma marca na perna, horrível, um baita de um talho de adaga, e disse: 

– Foi em 1992, Atlantic City! 

O gaúcho, que estava só de bico nas conversas, chegou nos dois, levantou a camisa, mostrou a barriga e disse: 

– Foi em 1995, Apendi City! 

Mas que barbaridade!

TOCANDO FICHA!

Chê! Este causo, além de verídico, aconteceu de fato. O gaúcho, que era mais grosso do que parafuso de patrola, morava depois do fundo da grota, em uma cidadezinha do Interior. 

Devido à bagualice, ele não era muito ligado nesses negócios de tecnologia. Nem celular o vivente tinha e usava bota de garrão de potro! 

Bem faceiro

Certo dia, resolveu conhecer a Capital: pegou um ônibus e se foi! Chegando na rodoviária, viu uma máquina moderna, daquelas de refrigerantes. Ficou bem louco para experimentar a novidade! Colocou uma ficha: caiu uma latinha. Colocou duas fichas: duas latinhas. Colocou cinco fichas: mais cinco latinhas. 

Foi faceiro comprar mais fichas. O rapaz do caixa falou: 

– Ô, gaúcho, mas assim tu vais acabar com todas as minhas fichas! 

O gaudério respondeu: 

– Mas, tchê! Enquanto eu estiver ganhando, não paro! 

Mas que barbaridade!

TIRINHA